Quatro linhas de ação serão adotadas com prioridade para preservação ambiental na bacia de Alagados, manancial responsável por 30% do abastecimento de água tratada de Ponta Grossa. Os outros 70% são captados no Rio Pitangui, que sofre influência dos impactos ambientais da represa de Alagados. A decisão foi tomada pelo Grupo Gestor, composto por 18 representantes do setor público, industrial e da sociedade.
A primeira linha de ação será a exigência de adequação do lançamento de esgoto doméstico no entorno do reservatório. “É necessário que o proprietário apresente a situação hidrossanitária do imóvel para sabermos o que ele está tirando da natureza, no caso de poço artesiano, e como o está devolvendo”, ressaltou Cyrus Daldin, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
O trabalho também será concentrado em todas as atividades pecuárias realizadas na bacia, especialmente as propriedades que ficam a até um quilômetro dos cursos de água. “Além da ação fiscalizatória ambiental, vamos verificar junto aos produtores a tecnologia de produção em uso, o manejo que está sendo feito e os riscos que a atividade apresenta para o manancial”, destacou Ednei Bueno Nascimento, da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento.
As outras ações serão aplicação de práticas conservacionistas nas áreas de uso agrícola da bacia do Alagados e a recuperação da vegetação ciliar. “O solo no entorno da represa é muito frágil. Não basta recompor a vegetação ciliar, é preciso estudar a possibilidade de um processo de bioengenharia para conter a erosão”, defende o professor Fernando Pilatti, do Núcleo de Estudos Ambientais da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
ALERTA - Também deve receber atenção especial do Grupo Gestor a microbacia do Rio Jotuba, que junto com o Rio Pitangui, forma a represa de Alagados. O setor industrial está crescendo às margens do rio, o que requer maior atenção por parte dos órgãos ambientais.
Todos os meses, o Grupo Gestor se reúne na Sanepar, em Ponta Grossa, para discutir os problemas que comprometem o Alagados e avaliar as ações em andamento no manancial, que abrange os municípios de Ponta Grossa, Carambeí e Castro. Além disso, os encontros servem para estabelecer planos de trabalho, com o intuito de compartilhar as responsabilidades e reduzir os impactos causados pela erosão, atividades pecuárias e agrícolas, bem como pela ocupação humana no entorno da represa.
Na última reunião do Grupo Gestor do Alagados, o gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Sanepar, Charles Carneiro, disse que um dos grandes desafios é impedir que descargas de fósforo estejam facilmente disponíveis na represa e possam vir a favorecer a proliferação das algas. Antes da criação do Grupo Gestor e do início das ações integradas entre as diversas entidades, a proliferação de algas chegou a comprometer a qualidade da água bruta do manancial.
Grupo Gestor define planos de ação para a bacia do Alagados
Atividades pecuárias, agrícolas e industriais continuam ameaçando o manancial de Ponta Grossa
Publicação
13/07/2009 - 15:16
13/07/2009 - 15:16
Editoria