O presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Rafael Greca, conheceu nesta quinta-feira (26) as áreas que vão receber intervenções do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), no município de Campo Magro, Região Metropolitana de Curitiba. Durante a visita a cidade, Greca também Greca apresentou a um público de 700 moradores todo o projeto que envolve a realocação de famílias, pavimentação, criação de parques, recuperação ambiental e instalação de redes de água, luz e esgoto.
De acordo com Greca, ao todo, sete áreas sofrerão intervenções. “Em cinco dessas áreas haverá necessidade de relocação beneficiando 388 famílias que hoje vivem em situação de risco, em condições desumanas. O projeto de Campo Magro será um dos mais importantes desenvolvidos pelos Governos Federal e Estadual, com proporção tão grande quanto ao de Guarituba, em Piraquara, maior projeto de regularização fundiária do País”.
Greca compara a condição de vida das famílias que hoje lá moram às piores que já conheceu. “O que vi hoje lá só é desumano e só se assemelha às condições das famílias que vivem nos igarapés de Manaus e nas cidades pré-históricas do sul da Itália, que foram removidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela União Européia”, enfatizou. “A felicidade do povo vai brotar com a mudança das atuais áreas de risco”, completou.
Acompanhado do prefeito Rilton Boza, do deputado federal Rodrigo Rocha Loures e assessores, o presidente da Cohapar esteve nos locais que sofrerão as ações do PAC e falou com várias famílias do Jardim Boa Vista e Cecília. As casas foram construídas em terrenos acidentados, formando verdadeiros grotões abaixo do nível das ruas, com as moradias empilhadas uma ao lado da outra.
“Não se pode permitir esse tipo de urbanização. Essa situação teve início quando Campo Magro ainda era distrito de Almirante Tamandaré. Esses locais sofrem com as enchentes e acabam fazendo com que o esgoto se espalhe entre as casas”, explicou Greca.
O casal Denizaldo de Jesus Lopes e Priscila de Fátima Saritoni, 22 e 28 anos respectivamente, concordaram com Greca. Ele que é ajudante de pedreiro disse “que o malcheiro das fossas e valetas a céu aberto, invadem as casas. Estamos cheios de esperança em sair daqui para um lugar melhor”.
Numa outra área, nas mesmas condições, a moradora Silvana Gonçalves da Silva, 33 anos, vive com o marido e os três filhos há seis anos numa das casas que serão realocadas. Ela reclama que em função da umidade e frio os filhos vivem doentes e com bronquite. “Quando chove, a água desce e entra na casa. É uma situação muito difícil, mas não temos para onde ir. Agradeço a Deus por estarem olhando por nós agora. Não vejo a hora em que essas casas fiquem prontas e a gente possa sair daqui desse buraco”.
Aos 63 anos, Maria José dos Santos de Paula, aposentada e viúva, conta que mora num barraco há 30 anos. Com ela vivem duas netas e uma filha. Ela fez questão de ir ver a apresentação do projeto. “Minhas esperanças se renovaram. Depois que tudo isso ficar pronto vai ficar muito bonito, se animou. “A casa onde moro está desabando ao lado do rio. Há uns quatro meses deu uma enchente e passamos a noite do lado de fora, com medo que a casa caísse. A gente não tem mais sossego”, relata. “Deus abençoe esse secretário (Greca), o governador e todos que estão trabalhando para fazer tudo isso dar certo. Não vejo a hora de ter um lugar para morar com segurança e conforto. Estou muito feliz porque sei que finalmente vou ter onde encostar a cabeça e dormir tranqüila”, completou Maria.