Governos do Paraná e Paraguai discutem projetos de infraestrutura

De acordo com o secretário do Codesul, Santiago Gallo, as ações estão concentradas fundamentalmente nos três departamentos paraguaios que o Paraná tem convênio: Canindeyú, do Alto Paraná e de Itapua
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02/06/2009 - 18:50
Entidades e representantes do governo do Paraná se reuniram nesta terça-feira (02), no Conselho Regional de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul), em Curitiba, com o cônsul do Paraguai, Hector Gimenez Galeano, para apresentar projetos de desenvolvimento de infraestrutura que tenham impactos diretos na economia paraguaia. De acordo com o secretário do Codesul, Santiago Gallo, as ações estão concentradas fundamentalmente nos três departamentos paraguaios que o Paraná tem convênio: Canindeyú, do Alto Paraná e de Itapua. Gallo ressaltou que os projetos sociais e econômicos que o Paraná desenvolve em parceria com o Paraguai são fundamentais para o desenvolvimento daquele país. “Conforme determinação do governador Roberto Requião, estamos trabalhando na cooperação e na solidariedade, permitindo que o Paraguai tenha uma alternativa de desenvolvimento econômico”, explicou. O cônsul do Paraguai sugeriu a criação de uma câmera de comércio Paraná-Paraguai, para tratar de parcerias industriais entre as regiões. “No Paraguai precisamos de soluções para agregar valor aos nossos produtos. A nossa produção sai sem valor agregado e sei que o Paraná tem projetos nessa área. Não criamos mão de obra por causa disso. É preciso criar um projeto industrial de agregação de valor. Acompanhamos os projetos do Governo do Paraná e queremos implantá-los em nosso país”, disse. “A construção da Ferroeste vai trazer uma grande vantagem econômica, porque hoje, o custo benefício da exportação para o nosso país é muito alto. Para trazer a nossa produção até o Porto de Paranaguá temos um custo que não compensa. Com o Projeto Cascavel, os grãos poderão sair direto pelo Paraná. O Porto de Palmira, no Uruguai, está sobrecarregado. A única saída é pelo Paraná. Vamos trabalhar e esperar que este projeto saia em breve”, argumentou Galeano. O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes dos Santos, explicou que o Paraguai vai poder utilizar o Porto de Paranaguá com novas ofertas de logística e com maior custo benefício. “Os exportadores e importadores paraguaios poderão utilizar o porto seco instalado no terminal ferroviário de Cascavel. Dentro de dois meses este projeto estará em funcionamento. Com isso o Paraguai vai ganhar independência, poderão utilizar o Porto sem depender das multinacionais. O trem vai sair do Porto Seco, em Cascavel, e vai até o Porto de Paranaguá”, afirmou. Para o coordenador da unidade de relações internacionais da Administración Nacional de Navegación e Puertos (ANNP) do Paraguai, no Brasil, Luis Rafael Rabery, o Projeto Cascavel vai permitir que a produção de grãos do país seja canalizada a um mercado mais competitivo. “Teremos uma estrutura logística mais segura e de baixo custo. O Paraguai tem uma dificuldade enorme de exportar, e o caminho que a Ferroeste nos abriu é muito importante”, disse. O diretor do Banco Regional do Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Airton Pisseti, ressaltou o apoio do Paraná às empresas que queiram atuar no Brasil. “O BRDE é um banco de fomento, com diversas linhas de financiamento. Podemos oferecer condições para que as parcerias comerciais se intensifiquem. O Paraná dá todo o apoio a empresas que queiram atuar no Brasil e vice-versa”, destacou. O assistente da direção da Itaipu Binacional, Joel de Lima, lembrou que a empresa é o grande projeto de integração dos dois países. “Todas as cooperações propostas entre os países tiveram a nossa mediação. Quando tivemos o problema da aftosa na região da fronteira, os dois países ficaram em um grande impasse. Nós só avançamos quando reunimos ministros de ambos países para discutir o problema e encontrar soluções. Ações como esta são importantíssimas para uma integração efetiva”, destacou. Lima ressaltou as ações ambientais e sociais desenvolvidas pela Itaipu, que contribuem para o fortalecimento de políticas públicas de integração. “Algumas ações já não são mais apenas binacionais, o sucesso delas já trouxe outras parcerias. As ações na área da saúde e na área de proteção da criança e do adolescente, um problema recorrente na nossa região, têm atenção especial e geram bons resultados. As autoridades dos países estão avançando juntas, os governos tem uma orientação integracionista bastante forte”, afirmou.

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