A Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social vai ampliar sua participação no programa Leite das Crianças com objetivo é dar ênfase aos trabalhadores de indústrias e prestadores de serviços envolvidos no processo de produção e distribuição do leite. A proposta foi feita nesta quarta-feira (08) pelos chefes dos Escritórios Regionais da Secretaria ao secretário Nelson Garcia e ao coordenador do Sistema Nacional de Empregos no Paraná (SINE-PR), Messias da Silva. Eles também propuseram a realização de um seminário estadual com a presença de produtores que são beneficiados pelo programa.
“O programa tem hoje uma dimensão muito grande e não beneficia apenas os pequenos produtores rurais e as crianças carentes. O Leite das Crianças faz a roda da economia girar, gera renda no campo e emprego na cidade. Os impactos são profundos e amplos. Acredito que a proposta é viável e de extrema importância, porque este não é um programa eleitoreiro, só para cumprir promessa de campanha”, explicou Garcia.
Entre os novos papéis da Secretaria estaria a realização de um levantamento sobre os empregos formais, direta ou indiretamente, ligados com programa. “Quantas pessoas conseguiram um posto de trabalho em um laticínio fornecedor do Leite das Crianças? Quantos motoristas terceirizados? E aqueles funcionários contratados pela fábrica dos freezer e refrigeradores usados na distribuição da bebida? Ou ainda, os que trabalham na fábrica de plástico para os sacos de leite, os veterinários contratados para cuidar dos bovinos e muitos outros trabalhadores envolvidos de alguma maneira”, citou ele.
Outra forma de atuação seria realizar cursos de qualificação profissional voltados para estas atividades. “O Governo do Paraná pode fazer parceria com os sindicatos, oferecer aulas gratuitas para os trabalhadores de cooperativas e laticínios, capacitar pessoas para a produção dos outros materiais e produtos necessários”, explica o coordenador de Estudos, Pesquisas e Relações do trabalho, Nuncio Manalla.
Hoje, a Secretaria tem o papel de cadastrar as famílias beneficiárias do programa, articular com órgãos e entidades públicas e privadas, prefeituras municipais e conselhos municipais para garantir a instituição do Comitê Gestor Municipal. Além disso, a Secretaria mantêm um serviço de informação, orientação e denuncias através do telefone 0800-
EXPERIÊNCIAS: Na Região Sudoeste do Paraná, os avanços econômicos na atividade leiteira, trazidos pelo programa Leite das crianças, foram determinantes para a implantação do curso de medicina veterinária na unidade da Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS) em Realeza. A chefe do Escritório Regional da Secretaria em Francisco Beltrão, Mariluz Zanin Petry, conta que a falta de profissionais com esta formação chamou a atenção do Ministério da Educação e fez com que cidade fosse escolhida para abrigar um dos cinco campi da instituição federal, que começa a funcionar em 2010.
“O Sudoeste conta com aproximadamente 50 mil pequenas propriedades rurais, voltadas exclusivamente para a agricultura familiar. O leite é a principal fonte de renda de 80% das famílias que moram na região. Por isso é urgente que se invista na formação de profissionais para esta atividade. Teremos em breve o curso de medicina veterinária e é um avanço gigantesco, mas tem espaço para técnicos, estudiosos de outras áreas relacionadas e falta potencializar e aproveitar toda esta demanda”, disse.
No Norte paranaense, a produção leiteira movimenta o setor de transporte de cargas. Sidnei Ferreira, chefe do Escritório Regional da Secretaria em Jacarezinho, conta que os três lacticínios da região investem em caminhões e precisam de motoristas. “Muitas destas empresas contratam serviços terceirizados. Como é distribuído em todas as 399 cidades do Estado, o Leite das Crianças requer investimentos em logística”, explica ele.
Na Região Centro-Sul, o aumento da renda no campo impulsiona o comércio dos pequenos municípios. Segundo Robson Miguel Camargo, do Escritório Regional de Irati, com mais dinheiro os agricultores familiares gastam mais nas lojas e mercados. “O preço pago aos produtores aumentou com o programa do Governo do Paraná. Em 2002 eles recebiam em torno de R$ 0,26 por litro. Hoje, através das Compras Sociais do Ceasa, via livre cotação, eles vendem o litro de leite por cerca de R$ 1,02. Isto porque o Governo toma como referência de preço o leite cru (produtor rural) e o leite pasteurizado (agroindústria), o Conseleite e o preço mínimo do Governo Federal”, ressalta Camargo.
Governo vai incentivar participação de trabalhadores envolvidos no Leite das Crianças
Entre os novos papéis da Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social estaria a realização de um levantamento sobre os empregos formais, direta ou indiretamente, ligados com programa e realização de cursos de qualificação profissional voltados para estas atividades
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08/04/2009 - 15:30
08/04/2009 - 15:30
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