Governo tira mais de 7 mil famílias de favelas para casas próprias da Cohapar


Fotos mostram o antes e depois das famílias mais pobres atendidas pelo governo
Publicação
12/09/2007 - 12:29
Editoria
O Governo do Estado, por meio da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), já retirou 7.119 famílias que moravam em barracos ou em situação de risco para casas próprias, com prestações abaixo de R$ 50,00. O sistema, chamado caução, permite atender famílias que ganham menos de dois salários mínimos e não estão incluídas nas linhas de financiamento do mercado convencional de habitação. O valor cobrado pela Cohapar é 75% menor que o preço real, sem incluir custos com terreno e infra-estrutura. Pedrolina de Fátima Laurentino, 51 anos, que mora no município de Realeza, no Sudoeste do Estado, onde 46 famílias foram beneficiadas pelo programa habitacional da Cohapar, é viúva, tem cinco filhos e trabalha na roça de uma chácara, onde vive “de favor”. “Agora não preciso mais morar em país alheio, tenho minha casa”, disse, ao pegar a chave de sua casa. Ela se referiu a toda dificuldade que já passou para criar os cinco filhos. “Já morei em tantos lugares, sempre buscando trabalho. Até na Argentina, Paraguai e Uruguai. Já vivi na rua, andei pelas estradas, sem ter onde ficar com meus filhos. Já tive tudo roubado e sempre começava de novo. Por tudo que já passei, esse é um sonho bom que estou vivendo. Deus olhou por mim através desse governo. É o momento mais importante e feliz da minha vida”, declarou. SOBREVIVÊNCIA – Ao visitar as famílias em suas antigas moradias em Realeza, o presidente Rafael Greca, comovido, disse: “já conheci muitos lugares pobres, inclusive na Índia, mas nada se compara a isso”. Greca visitou os moradores na localidade de Britador, ao lado de uma pedreira. Os barracos, totalmente precários, sem a menor condição de sobrevivência, estão em área de risco para as famílias. Santina Venâncio, 50 anos, mora numa dessas casas em situação de miséria absoluta há nove anos. Ela cria o neto de dois anos com R$ 50,00 que recebe do programa Bolsa Família, do Governo Federal, e meia cesta básica doada pela Prefeitura. “Mesmo proibida de fazer esforço, fui catar lixo reciclável para juntar dinheiro e paguei a primeira prestação, de pouco mais de R$ 30,00. Esta semana, me senti dona da minha casa”, disse com orgulho. A situação não é diferente para a jovem Carmelinda Mendonça Góes. Aos 20 anos, com um filho de 4 e mais um a caminho (está grávida de seis meses) e casada com Leodir da Cruz de Góes, 25 anos, ela falou dos sonhos de ter uma vida digna e decente. “Não vejo a hora de mudar. Já plantamos grama e flores. Meu bebê vai nascer numa casa de verdade”. Carmelinda falou sobre o medo de viver num barraco que pode desabar. “Isso não é vida. Várias vezes tivemos que correr daqui quando chovia e ventava. A última vez, os vizinhos tiveram que nos acudir, colocando estacas para escorar a casa”, relatou. A família vive num barraco de uma peça, cheio de frestas, com parte da cobertura em lona. O marido trabalha recolhendo lixo reciclável e não tem salário fixo. Sua renda varia entre R$ 50,00 e R$ 150,00 por mês, e, quando pode, complementa o salário cortando pedras. Carmelinda não pode fazer esforço, porque tem descolamento de placenta. SONHOS – No município de Ampére, as famílias que receberam suas chaves, também vivem em situação de miséria. É o caso de Terezinha Rossatto Brum, 54 anos, casada com Juvenil Brum, 57. Ambos eram trabalhadores rurais, mas um problema de saúde aposentou Juvenil por invalidez e fez com que fossem morar na cidade. O casal teve sete filhos, dois estão casados e um já é falecido. Quatro ainda vivem com os pais. O filho mais velho é pedreiro e, quando consegue serviço, ajuda nas despesas da casa que é mantida com o salário de Juvenil. “Desde que viemos para a cidade, pagamos aluguel”, reclamou Terezinha, mostrando a casa velha de madeira, sem divisória, sem forro, com apenas o quarto separado da cozinha. O banheiro fica fora, sem porta, apenas uma cortina. O aluguel é de R$ 60,00. A família está enquadrada nos programas do governo Requião, Tarifa Social e Luz Fraterna, e no Bolsa Família, do governo Lula, que ajuda na alimentação e escola dos dois filhos menores. “Nossa vida vai mudar. As prestações são mais baixas que o aluguel (R$ 38,00). Ainda vamos economizar e, com isso, será possível colocar mais comida em casa. Graças ao que o governo vem fazendo por nós será possível ter uma vida melhor. Se não fosse isso, só Deus sabe como estaríamos. Tenho medo do dia que nosso governador tiver que sair. Nunca tivemos alguém que olhasse tanto pelos mais pobres”, disse Terezinha. Lourdes de Fátima Santiago Rodrigues, 43 anos, e Valdir Rodrigues, da mesma idade, estão casados há 24 anos e nunca tiveram casa própria. Desde que soube que havia sido contemplada para uma das casas da Cohapar, Lourdes vem planejando sua mudança. “Acompanhei toda a construção. Todo final de semana ia ver com estava, medir as paredes. Queria comprar os móveis de acordo com o tamanho da casa”, contou. Lourdes comprou mobília nova, foi pagando aos poucos, mas a loja só vai entregar os produtos no dia da mudança para a casa nova. O casal vive numa casa madeira, com divisórias improvisadas com cortinas. A casa fica nos fundos de outra, onde o casal vive com um dos quatro filhos. Dois são casados e um mora no Rio de Janeiro. Lourdes está impedida de trabalhar, por problemas de saúde, mas falou animada da nova casa. “É tudo que sempre quis. Já plantei grama, flores e fiz uma horta. Quero ter um jardim bem bonito. Essa é uma conquista que não tem preço. Sou muito grata ao governo e a prefeitura por essa oportunidade.”

GALERIA DE IMAGENS