Governo terá maior controle sobre uso de combustível na frota pública

Secretaria da Administração e Previdência começa a instalar na frota da região de Curitiba sistema pioneiro que reduz gastos com os veículos oficiais
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27/07/2004 - 00:00
Editoria
Combater o desperdício e o desvio de combustível, involuntários ou não, e assegurar redução de despesas. É com esse objetivo que o Departamento de Transporte Oficial (Deto) da Secretaria de Estado da Administração e da Previdência (Seap) começou a instalar em postos do governo e na frota pública que opera na região metropolitana de Curitiba um sistema de controle de abastecimento que deve passar a funcionar em dois meses. A implantação do sistema, que funciona por meio de chips colocados no tanque do veículo e na boca da mangueira da bomba, é considerada pioneira na administração pública. A instalação está a cargo da Idaza Distribuidora de Petróleo, de Araucária, vencedora de concorrência pública aberta em março. Proposta - A concorrência previu a contratação de uma empresa que não fosse apenas fornecedora de combustíveis, e sim que apresentasse na proposta um sistema que garantisse o controle do abastecimento da frota. “Esse tipo de sistema é comum na iniciativa privada. No poder público, até o que seja de nosso conhecimento, isso é inédito”, observa o diretor do Deto, Auro Josephat Dalmolin. Segundo Dalmolin, a empresa será responsável pela instalação dos chips nos 13 postos de gasolina que o Estado têm para abastecer sua frota, na região de Curitiba, e nos 3,6 mil veículos que operam na mesma área. O trabalho por parte da Idaza está na chamada fase de projeto, ou seja, a empresa está colocando no papel quais as obras civis necessárias nos postos, computadores a serem instalados, e como será a operação dos programas. A vencedora da concorrência tem um prazo de 90 dias para finalizar a instalação e colocar tudo para funcionar. O contrato com a Idaza foi assinado em junho; assim, até setembro, o sistema de controle deverá estar em prática. Como funciona - O titular do Deto explica que, com os equipamentos, toda vez que um veículo for abastecido ficarão registrados dia, hora, quilometragem, quantidade de combustível e dados do motorista responsável, bem como quanto custou e se o órgão responsável pelo veículo tem recursos orçados para o serviço. Numa operação seguinte, o sistema calcula automaticamente se o volume de gasolina, álcool ou diesel a ser colocado é compatível com o aquilo que seria gasto pelos quilômetros rodados desde a última abastecida. “Se o carro tem o tanque enchido na sexta-feira, e na segunda-feira está vazio, o sistema checa se a quilometragem rodada (no período) equivale àquela que seria proporcional ao quanto foi gasto de combustível. Qualquer diferença, de imediato o sistema acusa a irregularidade. Então, será verificado com o motorista responsável onde está o problema”, explica Auro Dalmolin. Dessa forma, continua o diretor do Deto, qualquer defeito no veículo, como vazamento, logo será constatado e reparado, o que evita desperdício. Além disso, o sistema vai impedir que haja desvio de combustível. “Ninguém vai se arriscar em tirar a gasolina do carro porque, quando for abastecer de novo, o chip vai acusar que a quantidade de combustível estará inferior à normal”, salienta Dalmolin. Custos - Com o novo contrato de abastecimento, os técnicos da Seap dizem que certamente o Estado vai gastar menos com o serviço. Hoje, segundo o diretor do Deto, é difícil estimar de quanto será essa economia porque as informações sobre despesas com combustível são descentralizadas. A partir do novo modelo, o Deto terá em suas mãos o controle de tudo. De qualquer maneira, houve uma redução de quase 10% entre o valor máximo a ser pago pelo serviço previsto no edital (R$ 43 milhões) e o que foi contratado (R$ 39,4 milhões). O contrato com a empresa vencedora é válido por 36 meses. O diretor do Deto adianta que, por enquanto, o sistema será adotado em Curitiba e região, mas o objetivo é fazer também outras licitações para o interior do estado.