Governo repassa R$ 575 mil para capacitar técnicos em geração distribuída de energia

O convênio foi firmado entre a Secretaria da Ciência e Tecnologia, Itaipu Binacional, Fundação Parque Tecnológico Itaipu e Unioeste, em Foz do Iguaçu.
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26/11/2007 - 10:32
A partir do próximo ano, o Programa de Geração Distribuída de Energia Elétrica com Biogás e Saneamento Ambiental dará início ao processo de treinamento e capacitação para a elaboração de projetos e estruturação do sistema de validação e certificação do programa. Isto será possível graças ao convênio, no valor total de R$ 575 mil, firmado pela secretária Lygia Pupatto, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), em Foz do Iguaçu. O convênio foi assinado com a Itaipu Binacional, a Fundação PTI e a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) na sexta-feira (23). Prevê a liberação de R$ 287,5 mil ainda neste ano, destinados à realização do treinamento e capacitação. O objetivo é formular e organizar um processo de capacitação e treinamento de profissionais para atuarem na elaboração de projetos de biodigestores, de geração de energia elétrica à base de biogás e de conexão desta energia à rede elétrica, dentro das normas ambientais e de segurança exigidas pela legislação vigente. “Estamos trabalhando na elaboração de uma plataforma de energias renováveis, de produção da pequena energia. O lixo tem duas destinações: pode contaminar ou virar energia”, afirmou o presidente da Itaipu Binacional, Jorge Samek. “Até hoje, suínos eram produzidos para serem transformados em proteína. Só que eles geram muitos dejetos que podem contaminar os rios, o lençol freático. Mas também podem ser transformados em adubo e energia. Tudo aquilo que é possível transformar em gás, que poderia prejudicar e causar efeito estufa, através do metano, pode ter uma destinação adequada se for transformado em energia. É o que estamos fazendo”, explicou Samek. Segundo o presidente da Itaipu, para isso é preciso capacitar, ter engenheiros e técnicos que dominem a tecnologia. “É preciso formar rede, porque a Copel tem que comprar essa energia, os produtores devem se auto-abastecer e saber vender. Essa parceria entre a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a Unioeste e a Fundação Parque Tecnológico de Itaipu vai capacitar nossos engenheiros e técnicos para que operem essa rede de geração”, disse Samek. Recentemente, algumas restrições legais e de gestão do sistema elétrico dificultavam a geração distribuída. Mas o potencial de geração de biogás no Oeste do Paraná, utilizando diferentes fontes de resíduos orgânicos, fez da geração distribuída uma importante opção de energia alternativa. No entanto, atualmente existem poucos técnicos na região capacitados para elaborar projetos que atendam aos padrões de qualidade e segurança exigidos, tanto pelo setor elétrico quanto pelo setor ambiental. A proposta do convênio é suprir essa demanda, capacitando os profissionais para elaborarem projetos que atendam às exigências de qualidade nas áreas de geração de biogás, geração de energia elétrica com biogás e em conexão com as redes de baixa e alta tensão. Também está prevista a estruturação de bases para a realização de um curso de pós-graduação em energias renováveis, com ênfase em geração distribuída com biogás. O projeto prevê o aproveitamento do excesso de energia produzida por suinocultores – que utilizam as fezes dos animais em biodigestores –, tornando possível o fornecimento a uma concessionária, como a Copel. Na iniciativa, a Secretaria repassa os recursos à Fundação PTI, proponente do projeto. A Unioeste será a executora da ação (coordena os treinamentos), que conta ainda com a participação da Itaipu Binacional, Copel e Sanepar. Segundo o professor Armin Feinden, da Unioeste, os técnicos serão orientados sobre a forma correta de elaborar o projeto, de fazer a transformação correta do dejeto em biogás. A outra fase do treinamento, segundo ele, é fazer projetos para transformar o biogás em energia elétrica, por meio de geradores. E a terceira fase seria fornecer essa eletricidade à Copel. A energia passaria fazer parte do sistema elétrico na modalidade de geração distribuída. Os técnicos e futuros formandos também serão orientados em relação às normas técnicas e legais. De acordo com Feinden, dentro do projeto que explora o biogás serão implantadas cinco unidades demonstrativas, com vários níveis de potência. A primeira delas será implantada até dezembro e as demais serão concluídas no primeiro semestre de 2008. Por se tornarem produtores de energia, os suinocultores que fornecerem a eletricidade excedente serão remunerados.

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