Governo garante permanência de angolanos no Paraná

Os jovens de Angola e representantes do Instituto Paranaense de Cegos se reuniram com técnicos da Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social para esclarecer sobre o decreto que assegurada permanência deles no Paraná
Publicação
10/12/2009 - 16:34
Editoria
A Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social realizou uma reunião com os onze angolanos deficientes visuais e com os representantes do Instituto Paranaense de Cegos, na quarta-feira (09). O objetivo do encontro foi assegurar a permanência dos jovens no Paraná, através de uma discussão sobre a Lei n° 17.167, do Governador Requião, que concede bolsa auxílio aos estudantes de origem angolana. O secretário Nelson Garcia afirma que a reunião serviu para explicar, de uma forma clara e detalhada, os critérios e condições para que sejam mantidos os benefícios aos jovens. “O Governo do Estado autorizou que eles ficassem mas é necessário que entendam como funciona todo o processo”, diz. LEI – As quatro moças e os sete rapazes, que têm entre 15 e 21 anos de idade, receberão uma bolsa-auxílio, do Governo Estadual, que servirá para suprir necessidades como moradia, alimentação, transporte, saúde, vestuário, e demais gastos. O valor, estipulado de até R$ 1048, é depositado diretamente em conta bancária, criada para cada um deles. Como condição, eles devem estar matriculados em instituições públicas ou privadas de ensino médio ou superior no Paraná. “São seis universitários no grupo e outros cinco que estão cursando o ensino médio”, confirma a técnica da Coordenação de Desenvolvimento Integrado da Secretaria (CDI), Helena Gimenez. “É função da Secretaria acompanhar o desempenho dos alunos”, completa. Segundo ela, o decreto garante que os estudos até o final da graduação dos onze jovens. Também participaram da reunião, o diretor-geral da Secretaria, Fernando Peppes, e o assessor jurídico, Fábio Fernandes; a coordenadora do CDI, Solange Fernandes; o presidente do Instituto Paranaense de Cegos, Enio Rodrigues da Rosa; a psicóloga Ana Luiza de Oliveira e assistente social, Lucilia Pereira, ambas do Instituto. TRAJETÓRIA – Os componentes do grupo musical Meninos Cantores de Angola estão em Curitiba desde 2001, quando saíram de Angola em função da guerra civil. O grupo foi acolhido pelo Instituto Paranaense de Cegos, mas a fundação angolana, responsável pelo encaminhamento dos jovens ao Paraná, suspendeu a bolsa de estudos. Foi determinado, então, que eles retornassem ao país natal, mesmo ser ter concluído seus cursos profissionalizantes. O Ministério Público do Paraná entrou com medida judicial, solicitando a permanência dos jovens, até que se decidisse a situação que eles encontrariam em Angola. Os jovens protestaram, já que preferiam terminar os estudos no Brasil para retornarem para casa com um diploma. Cinco deles chegaram ao ensino superior e estudam na Universidade Positivo. Outros seis devem concluir o ensino médio em breve. À partir disso, o Governador Roberto Requião criou a Lei n° 17.167, em julho deste ano, que entrou em vigor em setembro, solucionando a questão de forma definitiva, abrigando os jovens para que concluam seus estudos. A única visita que fizeram ao país natal foi em 2005, quando o coral cantou para o presidente de Angola. O grupo ganhou o primeiro lugar em um festival de música em São Paulo, com a música Esperança, composta por Wilson Madeira.