O novo sistema de marcação de consultas e reserva de leitos desenvolvidos pela Celepar (Companhia de Informática do Paraná) para a Secretaria de Estado da Saúde está funcionando em perfeitas condições desde à meia-noite da última sexta-feira (09). Ele vai proporcionar uma economia de cerca de R$ 330 mil por mês. O novo sistema foi desenvolvido em tempo recorde.
O contrato firmado pelo antigo governo com o Instituto Curitiba de Informática (ICI), que realizava este serviço, tinha o valor total de R$ 33,1 milhões para quatro ano, R$ 690 mil por mês. A Secretaria da Saúde calcula que passará a ter um gasto mensal de R$ 358 mil com a empresa que fará a contratação das equipes de médicos, enfermeiros, motoristas, auxiliares de enfermagem e teleatendentes.
As equipes são profissionais para trabalhar nas onze centrais de consultas, nas cinco centrais de leitos e na central de regulação, em Curitiba. A empresa fará ainda a manutenção das quatro centrais de ambulâncias de Londrina, Curitiba, Maringá e Cascavel, responsáveis pela remoção dos pacientes em situação de risco.
Por enquanto, os funcionários do ICI estão trabalhando nas centrais, cumprindo aviso prévio. Até o final do mês estará concluído o processo licitatório e a nova empresa começará a disponibilizar a mão-de-obra.
“Não havia nenhuma necessidade de um contrato tão alto com o ICI se tínhamos a possibilidade de desenvolver o sistema dentro do governo, na Celepar, sem custo algum”, disse o diretor de sistemas de saúde da Secretaria da Saúde, Mário Lobato da Costa.
O governo do Estado anunciou o rompimento do contrato com o ICI no início de abril. Mesmo antes da publicação do decreto em Diário Oficial, o instituto paralisou as atividades, no dia 1 de abril, provocando pane em todo o sistema.
A situação foi resolvida no mesmo dia, à noite, após ação do Ministério Público estadual, que exigiu que fosse feita uma transição pacífica do sistema antigo para o novo, sem perda de dados nem danos para o usuário. Durante um mês, o corpo técnico da Secretaria e da Celepar trabalharam no desenvolvimento do novo sistema de marcação de consultas e leitos.
O teste do novo sistema foi feito durante toda a semana e na sexta-feira funcionou em paralelo ao do ICI. À meia-noite de sexta, o ICI suspendeu as atividades. As centrais de marcação de leitos, que operam 24h, começaram a funcionar imediatamente.
De sábado até segunda-feira foi mantida a média de 400 internações/dia. Já as 11 centrais de marcação de consultas, que operam de segunda a sexta-feira começaram a funcionar ontem com o novo sistema. “Também não houve nenhum contratempo, e ainda temos a vantagem de ir aperfeiçoando o sistema conforme a nossa necessidade”, diz o diretor Mário Lobato.
Uma das ações para melhorar o sistema é a emissão com mais freqüência dos relatórios sobre o número de consultas e de internações realizadas. Pelo antigo sistema do ICI os relatórios eram mensais. O novo sistema pode disponibilizar informações gerenciais que não vinham sendo fornecidas pelo ICI.
BOX:
Como funciona o sistema de marcação de consultas e leitos no Paraná:
Estrutura: 5 centrais de leitos (Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Ponta Grossa), 11 centrais de consultas, 1 central de regulação (Curitiba), 4 centrais de ambulâncias.
Pessoal: em média 20 teleatendentes por central, incluindo os supervisores. Ao todo, 40 equipes formadas por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem. 10 equipes ficam na central de regulação e 30 fazem revezamento nas ambulâncias.
Toda a marcação de consultas e as internações eletivas (sem emergência) e emergenciais pelo sistema público de saúde é responsabilidade das centrais, que mantém comunicação on line e por telefone com todas as unidades de saúde. A central de regulação, em Curitiba, agiliza a procura de leitos para os casos de emergência, quando não há vagas na região da central de leitos e determina como será feita a remoção pelas ambulâncias.