A maior licitação já realizada pelo governo Roberto Requião registrou esta semana uma economia de 20% para os cofres do Estado e abriu caminho para inovações na administração pública do Paraná. O pregão presencial realizado em Curitiba reduziu em R$ 23,2 milhões o valor máximo previsto para a manutenção da frota oficial. Além disso, abriu caminho para a nova política de centralização do fornecimento e do controle dos serviços, que deve reduzir os gastos e aumentar a eficiência do sistema de gerenciamento dos veículos do Estado. O secretário da Administração e da Previdência do Estado, Reinhold Stephanes, conta que o próprio edital da licitação já estabeleceu a primeira mudança de postura do Estado ao prever a contratação de um mesmo grupo de fornecedores. “Será a primeira vez na história do Paraná que um mesmo grupo de empresas vai prestar serviços para 12 mil veículos de todos os 54 órgãos da administração direta e autárquica”, afirma o secretário. Mais importante que isso, ressalta Stephanes, é que o edital também prevê a centralização dos controles dos serviços pelo Departamento de Transporte Oficial (Deto). As mudanças, reforça, trazem vantagens administrativas, gerenciais e para o planejamento. “O Estado saberá exatamente o que está gastando, porque e como, com melhores condições de analisar o custo-benefício do uso dado a modelos e marcas de carros”, explica. Além de evitar a pulverização de contratos, o Estado deixa de ter cada órgão público realizando uma política de manutenção da frota, e passa a dispor de técnicos habilitados para esse trabalho. “Os fornecedores terão computadores interligados ao Deto e os serviços só serão executados após a autorização do orçamento”, diz o diretor do departamento, Vidal Loyola Grenier. E os orçamentos, ressalta, devem respeitar as tabelas de peças e de hora de mão-de-obra, que variam conforme cada fabricante. O diretor do Deto conta que as regras do relacionamento entre o governo e os fornecedores dividiram o atendimento pelas oficinas – de carros e caminhões a tratores e barcos – de acordo com as marcas e o volume de veículos a ser atendido. Além de 8.370 veículos de passeio, as oficinas também vão atender 1.130 caminhões, 210 utilitários, 1.060 motos, 150 carretas e reboques, 300 barcos, motores de popa, jet-sky etc. e 800 chamados multimarcas, que incluem de pás carregadeiras, até guinchos e tratores. Box Inovações do novo sistema de manutenção da frota q O Estado saberá exatamente o que está gastando, porque e como, com melhores condições de analisar o custo-benefício do uso dado a modelos e marcas de carros q Será a primeira vez que um mesmo grupo de empresas vai prestar serviços para os veículos de todos os 54 órgãos da administração direta e autárquica q As oficinas serão interligadas por computador ao Departamento de Transporte Oficial (Deto), que pela primeira vez fará o controle de todos os serviços de manutenção da frota q Cada fornecedor vai atender o governo com contrato respeitando a marca de veículo a ser mantido q O mesmo fornecedor será responsável pela rede de atendimento aos veículos do governo no interior Oficinas ainda vão passar por vistorias técnicas Oito oficinas participaram e cinco venceram a disputa pelos 14 contratos com o prazo de um ano. A licitação partiu do valor máximo de R$ 115,8 milhões para ficar em R$ 92,7 milhões, após cinco horas de concorrência. Um telão foi instalado na Sala de Aberturas de Licitações da Secretaria da Administração e os lances dos representantes das oficinas foram registrados em ata. Agora, as oficinas vão passar por vistorias técnicas, a partir de 7 de julho, prazo que têm para efetivar o credenciamento da rede que atenderá os veículos oficiais em 20 municípios: Paranavaí, Umuarama, Maringá, Londrina, Santo Antônio da Platina, Palotina, Goioerê, Campo Mourão, Jaguariaíva, Foz do Iguaçu, Cascavel, Pato Branco, Guarapuava, União da Vitória, Ponta Grossa, Ivaiporã, Laranjeiras do Sul, Dois Vizinhos, Telêmaco Borba, Paranaguá. O maior lote, para a manutenção de 3,5 mil veículos da marca Volkswagen, foi disputado durante uma hora e meia. Garantiu uma economia de 40% no valor do contrato, ficando em R$ 20,8 milhões, com o governo obtendo um desconto próximo de 30% nos valores da tabela de mão-de-obra e de 20% nos valores da tabela de peças e acessórios.