Governo e universidades preparam projeto de incubadoras populares

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Publicação
07/04/2003 - 00:00
A Secretaria de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior e as universidades estaduais preparam o projeto “incubadoras populares” para atender as regiões mais pobres do Paraná. A idéia é de aproveitar experiências bem-sucedidas das instituições de ensino superior na área social e transformá-las em, no máximo, três projetos macros. Um seminário, que deverá ser realizado antes de maio pelas universidades estaduais, será o ponto de partida para a elaboração desses projetos que irão beneficiar a população excluída do Estado. O assunto foi tratado numa reunião entre técnicos da Secretária da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) e representantes de algumas Pró-Reitorias de Extensão das universidades. A implantação dos projetos sociais vai se dar através das chamadas incubadoras populares, que terão como modelo, entre outras já existentes no país, a incubadora da Universidade Federal do Paraná. “Neste processo é fundamental a participação de todas as universidades estaduais, não só para criar empregos e gerar renda, como também para diminuir a gravidade da situação social em regiões onde a exclusão social é mais acentuada”, disse o economista José Moraes Neto, Diretor Geral da SETI. Parceria - A Secretaria do Trabalho também deverá participar do programa, segundo informou o coordenador da área de Geração de Emprego e Renda e do programa Economia Solidária do órgão, Sandro Lunard. “Estamos propondo às universidades a formação de uma grande rede de incubadoras sociais, que poderá se integrar a uma rede maior, já existente no plano federal”, afirmou. Na prática, a Secretaria do Trabalho deverá atuar em parceria com as universidades através de seus 18 escritórios regionais, com sede em regiões-pólo do Estado. “Me sinto feliz por estar participando dessa discussão”, disse o Pró-reitor de Extensão da Universidade Estadual de Londrina (UEL), professor Gilberto Hildebrando. “Com essa iniciativa, o Governo do Estado prova que tem um plano de governo, que não está simplesmente dizendo às universidades: ‘vocês devem fazer isso ou aquilo’. Hildebrando disse também que “tradicionalmente as universidades são solidárias e que o programa de incubadoras populares certamente terá um caráter coletivo, não será um projeto de balcão simplesmente”. Segundo ainda o professor, deverão ser envolvidos, na UEL, no mínimo dez departamentos “porque este não é um projeto isolado, ele está voltado para toda a população”. A INTUEL, uma incubadora de produção acadêmica da universidade, já se dispôs a auxiliar “dentro de uma visão de cooperativismo”, informou. Para a Pró-Reitora de Extensão da UNICENTRO, de Guarapuava, Maria Aparecida Knüppel, a universidade ainda não possui a experiência do cooperativismo, mas “está disposta a trabalhar de forma integrada e com perspectiva no social”. Na região, informou a professora, as maiores preocupações são com a mortalidade infantil e com os assentamentos rurais, entre outros. “Por isso também defendemos projetos regionais focados na promoção humana”, frisou. C & T - Além das incubadoras populares, Governo do Estado e universidades estaduais também deverão trabalhar com as incubadoras populares de tecnologia, “que terão um enfoque social, portanto, bastante diferente do que foi feito nos últimos oito anos”, explicou o coordenador de Ciência e Tecnologia da SETI, Ricardo Costa de Oliveira. “Uma das nossas ações estará voltada para o trabalhador urbano desassistido”, completou, adiantando que, em agosto, uma conferência sobre ciência e tecnologia será promovida pela Secretaria para tratar de questões como esta. “Além deste seminário, outro, marcado para os dias 14 e 15 deste mês, sobre “Arranjos produtivos locais, tecnópolis e tecnocentros”, também terá como foco central a inclusão social, concluiu.