Os responsáveis pela administração dos recursos hídricos e fomento à irrigação de lavouras do Sergipe vieram buscar no Paraná idéias e sugestões que possam ser adaptadas e implantadas naquele estado, com vistas a ampliar a produtividade no campo e tornar viável a sua diversificação, inclusive com a fruticultura.
A missão, comandada por Vander Costa, presidente da Cohidro – Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe, esteve na Copel para conhecer detalhes do Programa de Irrigação Noturna, iniciativa do Governo do Estado e que tem a coordenação da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, com a participação da Copel, Secretaria de Meio Ambiente e diversas outras instituições.
ECONOMIA - Recebidos pelo presidente da estatal, Rubens Ghilardi e pelo secretário da Agricultura, Valter Bianchini, o presidente Vander Costa contou que há em Sergipe um projeto para assentamentos rurais chamado “Perímetros Irrigados”, onde são instaladas famílias que se dedicam a culturas em pequena escala. “Hoje, existem seis núcleos implantados e em plena produção”, disse Vander. “Mas a energia elétrica consumida pelos equipamentos de irrigação e que é paga pelo governo significa uma despesa mensal superior a R$ 500 mil”.
Navegando pela internet, os gerenciadores desse projeto de Sergipe encontraram na página do Governo do Paraná informações a respeito do Programa de Irrigação Noturna e dos descontos de até 70% no preço da energia utilizada na irrigação em pequenas propriedades. “Se pudermos realizar em Sergipe algo parecido com esse programa será bastante interessante para toda a população, pois estaremos poupando dinheiro público e tornando viável a extensão do projeto de culturas irrigadas para todo o estado”, complementou o presidente da Cohidro.
DESCONTO - O Programa de Irrigação Noturna do Paraná beneficia com descontos de até 70% sobre as tarifas normais o custo da eletricidade usada para a irrigação de lavouras durante a noite e madrugada – das 21h30 às 6 da manhã. O objetivo, segundo declarou o governador Roberto Requião ao autorizar o início do cadastramento dos interessados, é estimular o uso racional e produtivo da energia elétrica e da água, agregando valor ao produto agrícola e gerando renda e riquezas no meio rural. Como conseqüência, contribuir para fixar a população no campo e melhorar sua qualidade de vida.
No final de março, 939 produtores rurais estavam inscritos ou em processo de regularização cadastral junto à Emater. Desse total, 253 já haviam sido ligados pela Copel, 29 aguardavam a vistoria final para energização e 388 estavam com obras de construção ou de reforço na rede elétrica em andamento ou em projeto. Os pedidos restantes estavam em fase preliminar de levantamento de campo ou de complementação de cadastro pela Emater.
A apresentação do programa aos visitantes foi feita pelo superintendente de Engenharia da Distribuição, Vlademir Santo Dalefe, que destacou o ainda reduzido uso que se faz no Brasil da eletricidade para fins de irrigação. “Considerando que 30% da energia elétrica consumida na Índia é usada em sistemas de irrigação, o índice brasileiro, que não chega a 1%, é irrisório”, comentou Vlademir. “Para que se tenha idéia, a quantidade de eletricidade usada para irrigação na Índia equivale à produção de duas usinas como a de Itaipu”.