Governo do Paraná define em Brasília parceria para Tecpar produzir insulina

Objetivo inicial é desenvolver, através do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), uma plataforma para a produção de insulina no estado
Publicação
09/12/2009 - 10:50
Editoria
O governador em exercício, Orlando Pessuti, obteve nesta terça-feira (08), em Brasília, sinal verde do Ministério da Saúde para a elaboração de projeto em parceria com o Governo Federal com vistas à produção de medicamentos na área de biotecnologia. O objetivo inicial é desenvolver, através do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), uma plataforma para a produção de insulina no estado. Em reunião com a ministra interina da Saúde, Márcia Bassit, Pessuti disse que quer a ajuda do Governo Federal na construção de uma planta multifuncional para produção de medicamentos com base em biotecnologia desenvolvida no estado. “O Paraná é referência em algumas áreas da biotecnologia e viemos pedir o apoio do Ministério da Saúde para que possamos transformar o Tecpar em referência na produção de insulina”, afirmou. O primeiro passo para o acordo foi dado. Márcia Bassit disse que há interesse do Ministério da Saúde em concretizar parceria com o Paraná na área. “Vamos estudar a proposta para a elaboração de um projeto de desenvolvimento da biotecnologia no estado”, afirmou a ministra interina. Ela determinou a análise de mercado por parte da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério, juntamente com técnicos do governo do Paraná, a partir da próxima semana. Acompanharam Pessuti, durante reunião com a ministra, o presidente do Tecpar, Aldair Rizzi; o diretor de Produção, Renato Rau, e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), além do diretor Zich Moysés Júnior, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério. Pessuti entregou à ministra documento em que propõe ampliar a produção atual de insulina no País – que corresponde a 25% das necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS) – a partir de uma parceria entre Tecpar, Fiocruz e a empresa Biomm, pioneira no Brasil na produção e comercialização de insulinas e medicamentos biotecnológicos. A produção nacional de insulina é feita pela Fiocruz, com tecnologia da Ucrânia. No documento, Pessuti relata que desde 2001, quando a empresa Biomm, antiga Biobrás, suspendeu a produção daquele insumo, o Brasil perdeu a auto-suficiência que tinha no setor e passou a depender da importação de insulina. Segundo o documento, o restante da demanda é coberto por quatro indústrias multinacionais – Lilly, NovoNordisk, Aventis e Pfizer. “Sabemos que existem diversos institutos no Brasil que podem nos assessorar e integrar esse esforço assumido pelo presidente da República”, afirmou Pessuti. “O desafio que o Paraná está propondo é, através de uma parceria com a Tecpar, contribuir de forma mais intensa no esforço do governo federal em buscar auto-suficiência na relação de produtos incluídos como estratégicos no PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) da Saúde”. O documento entregue à ministra ressalta os gastos do Governo Federal com o medicamento. O mercado nacional de insulinas representa hoje R$ 300 milhões ao ano sendo que, destes, R$ 140 milhões são gastos pelo Ministério da Saúde para suprir o SUS. Pessuti ressaltou que está definido um investimento a fundo perdido pelo BNDES na ordem de R$ 7 bilhões para o desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde (CIS). A proposta apresentada pelo governo do Paraná ao ministério depende de um investimento de aproximadamente R$ 250 milhões em três anos.

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