Governo do Paraná assina acordo com Instituto Nacional da Propriedade Intelectual

O registro de patentes no país está entre 0,1% e 0,2% ao ano, contra 1,6% de geração de conhecimento
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06/06/2005 - 15:42
Um acordo de cooperação assinado nesta segunda (06) entre a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e o Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI) vai permitir a formação de profissionais especializados em inovação tecnológica e registro de patentes. “É fundamental para o desenvolvimento do Estado aprimorar a formação de seus pesquisadores e técnicos para que possam atender as exigências do mercado competitivo”, anunciou o secretário. Rizzi falou na abertura do III Seminário sobre “A Propriedade Intelectual como Fator de Inteligência Competitiva”, promovido pela Secretaria/Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), com apoio da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sistema FIEP, Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-Pr) e instituições nacionais e locais de desenvolvimento científico e tecnológico. O seminário acontece no auditório do Cietep, com presença do presidente do INPI, embaixador Roberto Jaguaribe. “Vivemos hoje um tempo de profundas transformações científicas e tecnológicas e de exigências de competitividade. Neste cenário, a inovação tecnológica, a propriedade intelectual e o registro de patentes são fundamentais para o desenvolvimento do Estado”, afirmou o secretário. Segundo ele, o Governo do Paraná, através da Seti e Agência Paranaense de Propriedade Industrial (APPI), com sede no Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), em Curitiba, já vem fazendo um trabalho nessa linha. Iniciativas - Por isto, informou, para reforçar este trabalho e avançar nessas questões, oito técnicos do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual estarão em Curitiba a partir do dia 11, treinando pesquisadores e técnicos da área. O treinamento será dado na própria APPI. O treinamento prossegue até o dia 17. Conforme ainda o secretário, várias outras iniciativas vêm sendo tomadas pelo Governo do Paraná para promover o desenvolvimento científico-tecnológico. Entre outras, estão a instalação no bairro do Jardim Botânico, do Tecnocentro, concebido para funcionar em sintonia com as demais instituições de ensino superior, de pesquisa e da iniciativa privada – Universidade Federal do Paraná, Sistema FIEP, Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP). A idéia é estruturar, nesse bairro de Curitiba, um conjunto de instituições indutoras do desenvolvimento científico e tecnológico. “Dentro de uma semana teremos a APPI dentro do Tecnocentro”, adiantou o presidente do TECPAR, Mariano de Mattos Macedo. Além dessa agência, também serão instaladas no local várias incubadoras tecnológicas. Patente - Para o presidente do INPI, embaixador Roberto Jaguaribe, o Brasil já é considerado um grande gerador de conhecimento científico-tecnológico. O problema - acrescentou, “é que somos subprodutores de patentes”. Conforme Jaguaribe, o registro de patentes no país está entre 0,1% e 0,2% ao ano, contra 1,6% de geração de conhecimento. “Mais de 90% de todas as patentes são concedidas a empresas fora do país. Isto é alarmante”, disse ainda na abertura do seminário. Na opinião do presidente do Sistema FIEP, Rodrigo Rocha Loures, o Paraná é o segundo Estado em inovação tecnológica. “Nossa meta é fazer com que o Estado também ocupe essa posição no registro de patentes”, destacou. O empresário defendeu uma nova cultura de gestão tecnológica como forma de o país superar o atraso. “Enquanto a Coréia e França, por exemplo, registraram no ano passado cerca de quatro mil patentes, o Brasil alcançou apenas 130. Isso é muito pouco”, comentou, lembrando ainda que o país gasta, em média, cerca de US$ 2 bilhões/ano com remessas ao exterior, dedutíveis do imposto de renda, para pagar esforços de pesquisa feitos lá fora. “Mas internamente não disponibiliza mais do que R$ 400 milhões para financiar projetos de pesquisa e desenvolvimento”.