Governo do Paraná anuncia medida para conter a violência no campo

Governo deverá negociar com o Incra a compra de 35 a 50 mil hectares de terras para assentar provisoriamente trabalhadores sem-terra.
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23/06/2003 - 00:00
Editoria
O governo do Paraná vai criar assentamentos provisórios para abrigar trabalhadores sem-terra. A medida foi anunciada nesta segunda-feira (23), pelo secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Padre Roque Zimmermann em entrevista para a TV Educativa. “O Paraná está planejando uma solução criativa, imaginosa e nova para enfrentar o problema das invasões e conflitos no campo”, anunciou. Segundo o secretário, o governador Roberto Requião determinou a transformação de uma fazenda da Embrapa, hoje com o Iapar, em uma agrovila. A área, próxima a Ponta Grossa, acolherá trabalhadores que poderão plantar e cuidar de suas criações recebendo orientações de técnicos da Emater e Iapar e Embrapa. Segundo Padre Roque, o governo do Paraná deverá negociar com o Incra a compra de 35 a 50 mil hectares de terras para assentar provisoriamente trabalhadores sem-terra. Os agricultores deverão ser orientados em relação ao uso da tecnologia hoje disponível a fim de conseguirem efetivar os assentamentos. “Não adianta nada colocar as pessoas em assentamentos mal concebidos”, argumentou. Assembléia Legislativa A Assembléia Legislativa se reuniu no final da tarde de segunda-feira (23) para formar uma comissão de negociação das questões da terra. Estavam presentes, o Secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Padre Roque Zimmermann, e deputados que participarão da comissão. A principal reivindicação do grupo é uma atitude urgente em relação a reforma agrária. O deputado estadual Artagão Junior (PMDB) está preocupado com a gravidade do problema. “Essas invasões estão ocorrendo de forma desenfreada e nenhum de nós desejamos o conflito, mas todos sabemos que é necessário por um ponto final nessa situação. Zimmermann declarou existir 14.000 famílias acampadas e as maiores invasões estão nas cidades de Laranjeiras do Sul e Rio Bonito do Iguaçu. “ A tensão de fato é grande, os donos de terra estão preocupados. Acreditamos que nos próximos dias, o Incra estará comprando terras para realizar um assentamento provisório, com infra-estrutura para as famílias”, falou Zimmermann. O secretário esclareceu que a Comissão de Mediação das Questões da Terra é um grupo para evitar os conflitos. “A nossa comissão quer acabar com mortes que possam ocorrer com as questões agrárias. É necessário que a Assembléia, o governo e toda a sociedade se mobilize para melhorar a situação de 80.000 pessoas que não tem o que comer ou plantar, relatou Padre Roque.