Governo discute com a Klabin projeto alternativo na região de Telêmaco Borba

A região corre riscos de impacto social e ambiental com os novos mega-empreendimentos previstos na área: a Hidrelétrica de Mauá (a ser construída), a megafábrica de papel e celulose da Klabin (já quase pronta), além da previsão de construção de mais uma hidrelétrica sobre o rio Tibagi
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16/06/2008 - 18:00
Editoria
O Governo do Paraná reuniu nesta segunda-feira (16) várias secretarias de Estado com representantes da Indústria Klabin, de papel e celulose, para discutir um programa de planejamento urbano para a região de Telêmaco Borba - que compreende os municípios de Ortigueira, Ventania, Imbaú, Curiúva, Mauá, Figueira e Tibagi, onde vivem 137 mil pessoas. Apenas entre os anos de 1997 a 2005, a região gerou cerca de 15 mil novos empregos ligados à expansão da indústria de papel e da madeira. A região corre riscos de impacto social e ambiental com os novos mega-empreendimentos previstos na área: a Hidrelétrica de Mauá (a ser construída), a megafábrica de papel e celulose da Klabin (já quase pronta), além da previsão de construção de mais uma hidrelétrica sobre o rio Tibagi (em Telêmaco Borba). A reunião foi realizada por determinação do governador Roberto Requião depois de uma outra feita em Telêmaco Borba, quando solicitou estudo específico para a região. O programa cria alternativas para os pontos de conflito no meio urbano e no entorno das cidades. São soluções nas áreas de transportes, sistema viário e habitação. “A próspera cidade de Telêmaco Borba, com a Fábrica de Papel e Celulose da Klabin, em Monte Alegre, construída no distrito residencial de Harmonia, corre o risco de virar um Monte Triste se, a tempo, as coisas não forem feitas”, observou o presidente da Cohapar, Rafael Greca. A reunião aconteceu com a presença do secretário do Desenvolvimento Urbano, Luís Forte Neto, o presidente da Cohapar, Rafael Greca, o secretário de Transportes, Rogério Tizzot, o presidente do Ipardes, Carlos Manoel Vasconcelos Athaíde dos Santos, o prefeito de Telêmaco Borba, Eros Araújo, e empresários da região, entre eles o superintendente- geral do consórcio hidrelétrico Cruzeiro do Sul, Sergio Luiz Lamy. O projeto da equipe Cohapar, feito em parceria com a Prefeitura de Telêmaco Borba, sobre áreas de futura expansão urbana a serem cedidas pela Klabin, com parcelamento de sua fazenda de reflorestamento de pinus, foi a base da discussão. Com edificação de 1.685 novas casas de família, numa área de 811.862 metros quadrados, 33,55 alqueires exclusivos para moradia, livres de áreas de preservação permanente . Isto permitirá aliviar a pressão social das invasões dos fundos de vale conhecidos como Marinha do Rio Tibagi, Rio do Ouro, Vila Osório, Jardim União, Vila Rosa, Vila Isabel, Arroio Limeira, Bonde Max Staudacher, BonaVila. A superintendente executiva do Paraná Cidade, a professora Ragindra Kaur Ginghs, propôs um projeto integrado, tendo como embrião o programa “Bairros Novos” criado pela Cohapar, com soluções de transporte coletivo, circulação de veículos locais, terminais de cargas, equipamentos sociais e comunitários. Greca elogiou o trabalho da equipe de Forte Neto, dizendo que “eles sabem que fazer habitação de interesse social é fazer cidades de qualidade”. O programa será quantificado, equacionado e proposto ao governador para ser encaminhado às secretarias de Planejamento e Fazenda, prevendo parceria social com a Klabin e o Consórcio Copel/Cruzeiro do Sul. O projeto deve ser colocado no orçamento de 2009. O secretário Forte Neto disse que o programa vai trabalhar em várias áreas. O sistema viário intra-urbano (dentro do município), interurbano (entorno), e o local da Usina hidrelétrica. “Também vamos desenvolver um plano municipal de turismo e obras de infra-estrutura que são necessárias pelo aumento de população que vai ocorrer no município. Obras da Cohapar, habitações, atendimento social, de saúde, de educação, esporte, e atendimento das necessidades da população”. Segundo o secretário, o estudo será apresentado aos participantes do projeto e será definido quem vai ficar sob a responsabilidade de cada ação.