Governo denuncia avanço do desmatamento no Paraná

O objetivo é conscientizar a população sobre a necessidade de preservação dos últimos 3% de remanescentes florestais no Estado
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16/06/2005 - 17:22
Editoria
O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos Luiz Eduardo Cheida falou nesta quinta-feira (16) para integrantes do Rotary Clube de Curitiba sobre o avanço do desmatamento no Paraná. “Em 100 anos o Paraná desmatou 97% da sua cobertura florestal original, restando apenas 3%”, informou Cheida. Segundo ele, a proposta da Secretaria é difundir amplamente, entre os mais variados segmentos da sociedade, o estágio de devastação atual. Após a palestra do secretário o ex-piloto paranaense Arnaldo Caron e atualmente integrante do Rotary prestou um depoimento dizendo que acompanhou todo o processo de desmatamento no Estado. “Durante os vôos por muitos anos as clareiras foram pontos de referência para os pilotos devido à pouca freqüência em que eram avistadas. Em aproximadamente 15 anos pude acompanhar que os bosques passaram a ser a referência”, relacionou o ex-piloto. Na última semana foram realizados cerca de cinco grandes eventos envolvendo professores, Universitários, profissionais liberais entre outros na região central do Estado. O tema desmatamento foi apresentado a estudantes da Universidade do Centro Oeste (Unicentro) em Irati, Guarapuava e Pitanga. Em Faxinal do Céu, aproximadamente 450 professores foram capacitados sobre a conservação da biodiversidade. “A região central ainda concentra remanescentes florestais de grande importância para o equilíbrio ambiental do Estado e a sociedade, consciente da situação será a grande parceira do governo na proteção dos remanescentes florestais do Paraná”, completou Cheida. Segundo o secretário, as florestas com araucárias estão sob ameaça de extinção, sendo que entre vários estágios de sucessão cobriam originalmente cerca de 7,38 milhões de hectares no Paraná no ano de 1890. O desmatamento reduziu este número a 269 mil hectares em 1984 e atualmente o Estado possui 0,8% de araucárias em estágio avançado de regeneração, ou seja, árvores mais antigas e originais do Paraná. Estudos realizados pelo Programa de Proteção à Biodiversidade (Probio Araucária) concluíram que, em 2000, não havia mais remanescente de floresta primária no Paraná e que os fragmentos em estágio avançado de regeneração somavam apenas 0,8%. FLORESTA COM ARAUCÁRIA Área em ha % do ecossistema Estágio inicial 1.164.425 14.04 Estágio médio 1.200.168 14.47 Estágio avançado 66.109 0.80 Fonte: FupeF. Probio Araucária.2000. Apesar da devastação, este bioma ainda abriga uma das mais altas taxas de biodiversidade de todo o planeta: cerca de 20.000 espécies de plantas (6,7% de todas as espécies do mundo), sendo 8.000 endêmicas, e grande riqueza de vertebrados, (264 espécies de mamíferos, 849 espécies de aves, 197 espécies de répteis e 340 espécies de anfíbios).

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