Governo busca solução para destinação de vidros, lâmpadas e tintas no Paraná

As embalagens de vidro são atualmente as que trazem mais problemas para destinação e recolhimento nas cidades paranaenses
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26/11/2010 - 17:00
Editoria
A Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema), por meio do Programa Desperdício Zero, promoveu nesta sexta-feira (26), em Curitiba, mais uma reunião do G22+1 – grupo formado por representantes dos 23 municípios que mais geram resíduos no Paraná, com o objetivo de encontrar uma solução para destinação final de vidros, lâmpadas e tintas no Estado.
“Este grupo é hoje referência dentro e fora do país em buscar soluções para a destinação dos resíduos. Antes mesmo da aprovação da Lei Nacional de Resíduos Sólidos o Paraná já estava obtendo resultados com ações baseadas na responsabilidade solidária”, declarou o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Jorge Augusto Callado Afonso.
Participaram do encontro as associações que representam os fabricantes de vidro, lâmpadas e tinta no país como a Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro), Associação dos Processadores de Vidro do Paraná, Associação Brasileira de Importadores de Produtos de Iluminação (Abilumi) e a Associação Brasileira dos Fabricantes de Tinta (Abrafati).
O coordenador do Programa Desperdício Zero, Laerty Dudas, explica que estes resíduos ainda não possuem uma destinação adequada nos municípios, gerando passivo e impactos ao meio ambiente. “Estamos cobrando dos fabricantes programas de recolhimento, gerando valor de mercado para o produto e incentivando a coleta seletiva”, afirma.
Ele conta que foi registrada a necessidade de cada município, em relação ao recolhimento de determinado tipo de resíduo. “O objetivo é auxiliá-los no processo de capacitação e mapeamento dos resíduos dos grandes geradores do mercado, garantindo o escoamento sustentável da produção, gerando emprego e renda. Em contrapartida, os fabricantes apresentam projetos de recolhimento e destinação, apoiando iniciativas locais”, completa.
VIDRO – As embalagens de vidro são atualmente as que trazem mais problemas para destinação e recolhimento nas cidades paranaenses. Segundo cálculos da Abividro, cada habitante gera em média 500 gramas de vidro por mês.
Devido a dificuldade de destinação e seguindo os propósitos do Desperdício Zero, o G22+1 cobrou dos fabricantes medidas eficazes. A partir daí a Abividro criou dois projetos que foram apresentados hoje: o “Toma lá da cá” – campanha direcionada a estabelecimentos comerciais e restaurantes que comercializam garrafas de vidro, especialmente as long neck, e o projeto “Tenho plano para o vidro plano”, que propõe estruturar o gerenciamento do vidro com o apoio de um gestor ambiental que irá atuar em cada um dos 23 municípios que integram o grupo. Este é o primeiro projeto de reciclagem de vidro que a Abividro propõe no país.
“O Paraná é o precursor neste tipo de ação. Desde 2003 estamos participando de reuniões com o governo para tentar melhorar o escoamento do vidro no Estado”, conta o consultor de reciclagem da Abividro, Stefan Jacques David. Segundo ele, o vidro após moído pode ser transformado novamente em embalagens, voltando a cadeia produtiva.
RESULTADOS – Para o diretor do departamento de serviços urbanos de Foz do Iguaçu, José Augusto Carlessi, os resultados do G22 estão sendo fantásticos.
“Nós antecipamos a Lei de Resíduos e o Paraná tornou-se o primeiro estado brasileiro a ter uma resposta da indústria com uma ação coletiva. Temos aqui todos os partidos representados em um único grupo”, ressaltou Carlessi.
Ele relata que os resultados do G22+1 tem sido positivos em sua cidade. “Estamos resolvendo o problema dos pneus, das embalagens de óleo lubrificantes e o valor da embalagem tetra pak para comercialização aumentou de R$0,5 para R$ 0,28 o quilo”, resumiu.
Já em Cascavel, o G22+1 está ajudando a escoar os resíduos perigosos, De acordo com o diretor de Meio Ambiente, Elmo Roule Junior, o município está conseguindo fomentar cada vez mais a coleta seletiva e a destinação dos resíduos.
Em Apucarana os benefícios do Programa atingiram a Cooperativa de Coletores.
“Os fabricantes estavam muito tranqüilos. Com a cobrança do G22+1 estamos mudando os paradigmas e dividindo a responsabilidade que caia apenas sobre a prefeitura”, afirma o diretor geral da Secretaria de Meio Ambiente e Turismo de Apucarana, Sérgio Bobig.
Participaram da reunião representantes das secretarias municipais de Meio Ambiente e técnicos da área de resíduos sólidos de Maringá, Londrina, Ivaiporã, Paranavaí, União da Vitória, Ponta Grossa, Umuarama, Foz do Iguaçu, Rio Negro, Toledo, Arapongas, Apucarana, Telêmaco Borba, Pato Branco, Cascavel, Irati, Jacarezinho, Francisco Beltrão, Campo Mourão, Curitiba, Paranaguá e Guarapuava. Juntos, os municípios de integram o G22 são responsáveis por 90% da geração de lixo do Paraná, 20 mil toneladas por dia.

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