O Governo do Paraná, por meio da Secretaria da Saúde, faz um alerta para que a população tome cuidado em relação aos perigos da hantavirose. A instituição já confirmou três casos de morte relacionados ao fenômeno da ratada nos municípios de Inácio Martins, Guarapuava e Coronel Domingos Soares.
Desde o início do ano já foram confirmados sete casos, sendo que outros dez estão em investigação pelo Instituto Adolfo Lutz de São Paulo. No ano passado, foram confirmados dez casos, com cinco mortes.
Segundo a chefe da Divisão de Zoonoses e Animais Peçonhentos da Secretaria de Saúde, Gisélia Rúbio, durante cinco dias do mês de setembro, técnicos da Secretaria da Saúde e do Instituto Adolfo Lutz estiveram no Distrito de Guará, em Guarapuava, realizando pesquisa de roedores silvestres transmissores da hantavirose.
No primeiro dia foram coletados cerca de trezentos ratos do mato, expectativa esperada para o total dos dias previstos para o trabalho, confirmando que o fenômeno da ratada está em plena atividade, porém com indícios de que pela falta da alimentação natural os roedores já estão cometendo canibalismo, a ponto de pequenos animais estarem sendo atacados (filhotes de cães e carneiros).
Também em alguns municípios onde o fenômeno está sendo observado foram relatadas importantes perdas para a agricultura tanto de subsistência quanto de grandes extensões.
A chamada “ratada” é um acontecimento natural que ocorre a cada trinta anos em decorrência da florada e seca da taquara, alimento natural dos roedores. Com o aumento da produção de sementes, aumenta a reprodução dos animais, causando a superpopulação dos roedores. Como a quantidade de sementes torna-se insuficiente, eles acabam procurando comida nas casa e lavouras.
Calcula-se que este fenômeno deve se estender até o início do ano que vem, quando termina o ciclo de reprodução da taquara. “Até o final da “ratada” devemos todos ter cuidado redobrado, em virtude desse fenômeno”, acrescentou Gisélia Rúbio.
Sintomas - Os sintomas iniciais da hantavirose são muito parecidos com uma gripe, como febre, dor de cabeça, fraqueza, dores musculares e principalmente uma grande dificuldade respiratória. Caso a pessoa que seja moradora de área rural ou que teve alguma atividade relacionada ao meio silvestre apresente estes sintomas, deverá buscar com urgência atendimento médico, pois quando não tratada a hantavirose pode matar.
Os animais que se alimentam dos ratos do mato, como cães e gatos, não ficam doentes com hantavirose nem conseguem transmitir o vírus para o homem. O que tem sido relatado é a morte destes animais devido à ingestão de ratos envenenados, um alerta para o perigo de utilizar raticidas clandestinos, pois coloca em risco não só a vida dos animais domésticos, mas também de crianças.
“É importante evitar contatos com os roedores, inclusive não tentando matá-los”, diz Gisélia Rúbio. “Quando for observada a presença de roedores silvestres, fora do normal, nos paióis, nas plantações ou mesmo nas estradas, a Secretaria Municipal de Saúde deve ser informada urgentemente, pois a captura só deverá ser feita por pessoa habilitada, com equipamentos especiais de segurança”
BOX:
Medidas preventivas
É importante a população, principalmente os moradores das áreas rurais, estar informada para as medidas preventivas sobre como evitar que os ratos do mato entrem nas moradias, paióis, galpões, silos, armazéns e estufas.
· Armazenar com segurança os alimentos e os grãos, como milho, trigo, amendoim, arroz e outros.
· As construções devem ter altura mínima de 50 cm do solo e, de preferência, sem escadas, pois estes ratos conseguem dar grandes saltos.
· Os pilares de sustentação devem conter “rateiras” ou “chapéu chinês”.
· As frestas e vãos devem ser vedados, para impedir que os ratos entrem.
· As áreas em volta da casa devem sempre permanecer limpas.
· O uso de venenos químicos é muito arriscado e somente poderão ser utilizados se o caso for de alto risco, com a orientação de técnicos da Vigilância Sanitária.
· Nunca varrer ou dormir em ambientes fechados onde exista a possibilidade de que os roedores possam ter se alimentado, pois sua urina, saliva e fezes contaminadas transmitem a hantavirose.
· Antes de entrar nestes ambientes fechados, abrir portas e janelas, esperar por uma hora e jogar no chão uma solução de água misturada com água sanitária. Caso ainda exista poeira não entrar no local.