Governo acredita em duas hipóteses para morte no Educandário São Francisco

Jovem que cometeu o crime confessa que fabricou a arma dentro do Educandário São Francisco, mas não com o intuito de matar seu colega
Publicação
07/11/2005 - 16:55
Editoria
O adolescente de 17 anos, responsável pelo assassinato do jovem Diego de Oliveira, da mesma idade, na madrugada desta segunda-feira (7/11) no Educandário São Francisco, em Piraquara, já está isolado na prisão. Ele está internado porque já possuía outro homicídio em sua ficha policial. “Trata-se de um assassinato comum, sem o envolvimento de outros jovens com exceção de um que está sendo investigado e pode ter sido o mandante, pois já tinha uma rixa com Diego à entrada dos dois no educandário”, explica o secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social padre Roque Zimmermann. A outra hipótese é que o adolescente assassinado sabia demais sobre o tráfico de drogas no Oeste do Estado e que o crime tenha sido uma forma de silenciá-lo. Padre Roque lembrou que os últimos homicídios ocorridos nas unidades do Instituto de Ação Social do Paraná (IASP) atingiram jovens sem família. Diego era de Cascavel e estava há dois meses no São Francisco. A arma utilizada para matá-lo, uma barra de ferro pontiaguda, foi confeccionada no próprio Educandário, segundo o autor. “Em algum momento houve negligência, seja no momento da fabricação do objeto, seja durante o transporte. Onde e em que momento, nós vamos apurar”, avisa Padre Roque. Segundo o secretário, o adolescente não teria fabricado a arma motivado pelo assassinato, mas com a intenção de tê-la consigo como uma garantia da própria defesa. “Dentro do São Francisco, todos os alojamentos são coletivos, ou seja, são muitos adolescentes convivendo em um só ambiente. Sabemos que essa situação facilita qualquer ação violenta, por isso vamos reformar os alojamentos do educandário, além de utilizar celas modulares para abrigar alguns adolescentes durante o processo”, esclarece padre Roque. O governo do Paraná vai aplicar cerca de R$ 111 mil na reforma dos alojamentos de uma das alas, onde cada quarto abrigará oito adolescentes, mesmo número previsto no projeto dos cinco novos educandários e que atende as exigências do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O processo de licitação já está em andamento e ainda este ano será iniciada a reforma. As celas modulares, financiadas pela Secretaria de Segurança Pública, têm divisões para 4, 8 ou 12 jovens. Hoje, o São Francisco abriga 150 adolescentes.