Governo acelera estudo para construir ramal da Ferroeste

Para cumprir determinação do governador, serão realizadas audiências públicas em Francisco Beltrão, no dia 1 de outubro, e em Chapecó (SC) no dia 8
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26/09/2008 - 17:41
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“Dentro de um ano, o trem não estará apitando em Chapecó, mas os trilhos já começarão a ser colocados”. Com esta mensagem, o governador Roberto Requião determinou que o Estudo de Viabilidade do Ramal da Ferroeste para o Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina (1ª Fase) fosse priorizado e tivesse início imediato. Para cumprir esta determinação do governador, serão realizadas audiências públicas em Francisco Beltrão, no dia 1 de outubro, e em Chapecó (SC) no dia 8. O estudo será coordenado pelo Lactec - Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento - e contará com apoio do Laboratório de Logística e Transportes da Universidade Federal de Santa Catarina - LABTRANS e do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social – Ipardes. A finalidade dos encontros é apresentar e discutir o plano de trabalho do estudo de viabilidade (primeira fase) e iniciar a coleta de informações sócio-econômicas das regiões junto às empresas e produtores do Sudeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina, ouvindo também as entidades governamentais e de classe, instituições de ensino e representantes da comunidade e dos trabalhadores. O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, explica que as audiências públicas são, na verdade, reuniões de trabalho. Serão apuradas informações relacionadas à economia das regiões Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina e, principalmente, realizadas a detecção da origem e destino das mercadorias que circulam pelas rodovias. “Queremos cumprir o prazo fixado pelo governador Requião, para que dentro de um ano, iniciarmos a construção do novo trecho”, ressalta. Samuel Gomes se diz otimista em relação à viabilidade econômico-financeira da obra. Segundo ele, o estudo confirmará os grandes volumes de cargas que podem ser transportadas pelo modal ferroviário na região, o qual completará a ligação entre o Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. “Certamente haverá um grande incremento das economias regionais, garantindo maior lucratividade aos produtores, com fretes mais baratos”, justifica. O papel logístico da Ferroeste O Paraná é o único Estado do Brasil que pode fazer política pública de transporte ferroviário porque é proprietário da única empresa ferroviária brasileira. O modelo de parceria público-privada no setor de transportes que o Paraná está praticando, e que está dando certo, é o de cargas privadas em ferrovias e portos públicos. Para Samuel Gomes, as ferrovias são monopólios naturais e não podem ficar à absoluta mercê das metas exclusivamente financeiras dos agentes privados. “Eles buscam a maximização dos seus lucros, por meio da imposição da maior tarifa, em detrimento do desenvolvimento econômico do País”, alerta. “Quando uma empresa privada ganha mais do que é justo no transporte, toda a sociedade sai perdendo, inclusive os produtores, as empresas, os consumidores e os trabalhadores. Transporte não gera riqueza, transporte é custo. Hoje, devido aos gargalos de escoamento da produção e das péssimas condições de infra-estrutura de transporte, o Brasil perde tempo e dinheiro”, ressalta o executivo da Ferroeste. Recente estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) revelou que a redução no custo do transporte gera mais efeitos positivos sobre as exportações, do que redução das tarifas de importação. O estudo comprovou que uma diminuição de 10% nos custos de transporte, por meio de tarifas mais baratas ou melhorias de infra-estrutura, poderia representar um aumento equivalente a 43% de crescimento nas exportações para os EUA, e de 39% para os países da América do Sul. Comparativamente, reduzindo em 10% as tarifas de importação, seriam gerados apenas 1,9% e 6,3%, com respectivos acréscimos nas exportações brasileiras para aqueles países.

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