“Dentro de um ano, o trem não estará apitando em Chapecó, mas os trilhos já começarão a ser colocados”. Com esta mensagem, o governador Roberto Requião determinou que o Estudo de Viabilidade do Ramal da Ferroeste para o Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina (1ª Fase) fosse priorizado e tivesse início imediato.
Para cumprir esta determinação do governador, serão realizadas audiências públicas em Francisco Beltrão, no dia 1 de outubro, e em Chapecó (SC) no dia 8. O estudo será coordenado pelo Lactec - Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento - e contará com apoio do Laboratório de Logística e Transportes da Universidade Federal de Santa Catarina - LABTRANS e do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social – Ipardes.
A finalidade dos encontros é apresentar e discutir o plano de trabalho do estudo de viabilidade (primeira fase) e iniciar a coleta de informações sócio-econômicas das regiões junto às empresas e produtores do Sudeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina, ouvindo também as entidades governamentais e de classe, instituições de ensino e representantes da comunidade e dos trabalhadores.
O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, explica que as audiências públicas são, na verdade, reuniões de trabalho. Serão apuradas informações relacionadas à economia das regiões Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina e, principalmente, realizadas a detecção da origem e destino das mercadorias que circulam pelas rodovias. “Queremos cumprir o prazo fixado pelo governador Requião, para que dentro de um ano, iniciarmos a construção do novo trecho”, ressalta.
Samuel Gomes se diz otimista em relação à viabilidade econômico-financeira da obra. Segundo ele, o estudo confirmará os grandes volumes de cargas que podem ser transportadas pelo modal ferroviário na região, o qual completará a ligação entre o Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. “Certamente haverá um grande incremento das economias regionais, garantindo maior lucratividade aos produtores, com fretes mais baratos”, justifica.
O papel logístico da Ferroeste
O Paraná é o único Estado do Brasil que pode fazer política pública de transporte ferroviário porque é proprietário da única empresa ferroviária brasileira. O modelo de parceria público-privada no setor de transportes que o Paraná está praticando, e que está dando certo, é o de cargas privadas em ferrovias e portos públicos.
Para Samuel Gomes, as ferrovias são monopólios naturais e não podem ficar à absoluta mercê das metas exclusivamente financeiras dos agentes privados. “Eles buscam a maximização dos seus lucros, por meio da imposição da maior tarifa, em detrimento do desenvolvimento econômico do País”, alerta.
“Quando uma empresa privada ganha mais do que é justo no transporte, toda a sociedade sai perdendo, inclusive os produtores, as empresas, os consumidores e os trabalhadores. Transporte não gera riqueza, transporte é custo. Hoje, devido aos gargalos de escoamento da produção e das péssimas condições de infra-estrutura de transporte, o Brasil perde tempo e dinheiro”, ressalta o executivo da Ferroeste.
Recente estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) revelou que a redução no custo do transporte gera mais efeitos positivos sobre as exportações, do que redução das tarifas de importação. O estudo comprovou que uma diminuição de 10% nos custos de transporte, por meio de tarifas mais baratas ou melhorias de infra-estrutura, poderia representar um aumento equivalente a 43% de crescimento nas exportações para os EUA, e de 39% para os países da América do Sul. Comparativamente, reduzindo em 10% as tarifas de importação, seriam gerados apenas 1,9% e 6,3%, com respectivos acréscimos nas exportações brasileiras para aqueles países.
Governo acelera estudo para construir ramal da Ferroeste
Para cumprir determinação do governador, serão realizadas audiências públicas em Francisco Beltrão, no dia 1 de outubro, e em Chapecó (SC) no dia 8
Publicação
26/09/2008 - 17:41
26/09/2008 - 17:41
Editoria