O secretário da Saúde, Gilberto Martin, abriu nesta quarta-feira (24) o Dia Mundial de Combate a Tuberculose no Paraná. O evento, que ocorreu no auditório da Secretaria da Saúde, em Curitiba, teve a participação da atriz Christiane Torloni e de técnicos das Regionais de Saúde do Estado e de funcionários da Secretaria. O coral do Hospital Santa Casa de Ponta Grossa aproveitou a oportunidade para cantar paródias que abordavam a importância do tratamento.
“Hoje é um dia de luta contra uma doença que resiste há séculos e tem avançado. Precisamos conscientizar toda a população da importância de procurar ajuda médica para que possamos alcançar a metas das taxas de cura estipuladas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que são de 85%”, afirmou o secretário no início do evento.
A atriz Christiane Torloni, convidada do evento, parabenizou a iniciativa paranaense pela luta no combate à tuberculose e reafirmou o seu compromisso com a causa. “Parabenizo o Governo do Paraná e todos que de uma forma ou outra tem iniciativas de combater uma doença que ainda mata milhares de pessoas todos os anos. Fico à disposição para que sempre que precisarem me chamem, pois independente de estar aqui, São Paulo ou Rio de Janeiro, quero ajudar na conscientização da população”, afirmou.
A rápida melhoria dos sintomas experimentada pelos pacientes, o tempo prolongado de tratamento necessário para a cura (6 meses) e a associação com alcoolismo por muitos deles são os principais motivos das taxas de cura abaixo da meta, que hoje está em 75% no Paraná. “O abandono do tratamento e uso irregular dos medicamentos também favorecem a proliferação de cepas (micro-organismos) mais resistentes. Hoje, infelizmente, muitas pessoas começam o tratamento e não terminam, fato que torna a recuperação do paciente muito mais difícil”, explica o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria, José Lúcio dos Santos.
Em 2009, o Paraná apresentou 2.320 casos novos. “No Paraná observamos uma redução lenta e progressiva da incidência da doença, partindo de 29/100.000 hab em 2004 e chegando a 23,2/100.000 hab em 2009. esses números ainda estão abaixo da média brasileira (38/100.000hab)”, revela completou José Lúcio. Atualmente, um terço da população mundial encontra-se infectada pelo bacilo da tuberculose, segundo estimativas da OMS.
De acordo com ele, o Paraná está preparado para nos próximos anos alcançar a meta de cura exigida pela OMS. “Temos realizado discussões com as Regionais de Saúde e dos municípios, além de realizar um trabalho intenso com a população explicando que ações como condições sanitárias adequadas, arejar bem a casa e se alimentar corretamente são fatores que ajudam nosso sistema imunológico se defender da doença”, disse.
Transmitida pelo ar, quando o doente tosse, espirra ou fala, a doença é a 9.º causa de hospitalização e a 4.ª em mortalidade por infecção no Brasil. Normalmente ela atinge os pulmões, 90% dos casos, mas também pode acometer outros órgãos. Os sintomas mais freqentes são tosse, cansaço excessivo, febre, sudorese, falta de apetite e emagrecimento.
NOVO TRATAMENTO – Em novembro de 2009, com o objetivo de melhorar os índices de cura, ampliou-se à supervisão nos tratamentos para garantir que o paciente tome a medicação corretamente e não deixe o tratamento de lado, além da inserção de uma nova substância na composição do medicamento utilizado. O abandono do tratamento pode causar problemas sérios de saúde, pode gerar um bacilo resistente ao medicamento. Com estas duas medidas espera-se maior adesão ao tratamento e como conseqüência aumento nas taxas de cura e redução das taxas de abandono.
O novo tratamento prevê doses fixas combinadas nos dois primeiros meses, com a inserção da substância etambutol na composição do comprimido utilizado. Esse tratamento conterá quatro substâncias, ao invés de três. Ele será inserido no tratamento já existente o uso da substância etambutol para reduzir a possibilidade do bacilo da tuberculose criar resistência.