A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), atendeu à pressão popular e pediu nesta sexta-feira (12) para a Assembléia Legislativa a retirada do projeto que prorrogava as concessões dos pedágios por mais 15 anos nas estradas gaúchas. O projeto teve resistência nos movimentos sociais, nos deputados de oposição e da própria base da governadora tucana e também não teve aval do governo federal. Conforme a imprensa gaúcha, o chefe da Casa Civil de Yeda, José Alberto Wenzel, recebeu com perplexidade a decisão do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, de não dar o aval da União à proposta da governadora. “O mais grave ainda foi a sugestão do ministro para que o governo rescindisse os contratos com as concessionárias ao invés de prorrogar”, disse Já o deputado Gilmar Sossela (PDT), um dos defensores da retirada do projeto, disse que o governo agiu de forma sensata. “O projeto já recebeu parecer contrário do governo federal, que não dará anuência à prorrogação dos contratos por mais 15 anos, sem licitação”. Os deputados do PT, PC do B, PDT e PP apresentaram requerimento pedindo a devolução do projeto. “Vamos trabalhar para evitar que o parlamento seja constrangido a apreciar uma matéria repleta de irregularidades, que altera os contratos de concessão sem licitação e que não conta com a necessária anuência da União”, disse Raul Pont (PT). Até na base de Yeda, o projeto fora criticado. O deputado Francisco Appio (PP) levantou dúvidas sobre os investimentos feitos nas estradas gaúchas e o lucro das concessionárias. “Esse é um projeto que pretende engessar o Estado nos próximos 20 anos e criar um foco de corrupção”, disse.