O governador Roberto Requião ofereceu, nesta sexta-feira (18), Menção Honrosa aos 51 policiais militares que estavam em campo do Estádio Couto Pereira, durante o quebra-quebra promovido por criminosos no último dia 6, depois do encerramento do jogo entre Curitiba e Fluminense, na última rodada do Campeonato Brasileiro. “Com sua atitude firme e tranquila esses policiais evitaram que o tumulto se agravasse e os prejuízos fossem ainda maiores, em termos de ferimentos e vidas”, afirmou.
Requião garantiu que os arruaceiros envolvidos no tumulto serão indiciados. “Desta vez o exagero da torcida não será contemplado com pagamento de cestas básicas. Serão indiciados por tentativa de homicídio, formação de quadrilha e a capitulação mais dura que o Ministério Público puder encontrar”, acrescentou.
O secretario estadual de Segurança, Luiz Fernando Delazari, destacou a atuação do grupo de policiais que, em frente à arquibancada, impediu que a invasão fosse ainda maior. “A polícia se dividiu para proteger jogadores e árbitros, enquanto isso foi esse grupo valente que segurou esse pessoal e não os deixou avançar e continuar as agressões”.
Delazari ressaltou que a situação após o jogo era gravíssima. “A loucura era tanta que um marginal, mesmo com cerca de 10 policiais protegendo os árbitros, avançou contra eles. Sem demonstrar agressividade ou violência, a polícia evitou que o confronto se agravasse ainda mais” disse o secretário.
A utilização de armas com munição letal seria desastrosa, avaliou o comandante da Polícia Militar do Paraná, coronel Larson Carstens. “Foi uma crise de grande dificuldade e a atitude moderada dos policiais foi, sem dúvida, a mais adequada”.
Todos os militares que faziam o policiamento do campo no dia pertencem ao 12º Batalhão de Polícia Militar. Os soldados Luis Ricardo Gomide e Juliana Rodrigues Dias foram escolhidos para representar os 51 homenageados durante a cerimônia.
Gomide foi o policial que ficou desacordado, depois de ser atingido por torcedores. “Nosso objetivo era conter a invasão e defender a população, e acho que nosso trabalho foi bem feito. Foi gratificante ver os companheiros me ajudarem e agora tenho certeza que trabalho com grandes profissionais de segurança pública”, afirmou
A soldado Juliana Rodrigues Dias ajudou a tirar Gomide da situação de risco. “Ele estava sangrando muito e os torcedores continuavam a querer agredi-lo. Na hora, apesar do nervosismo, só pensamos em protege-lo”.