Governador defende entrada da Venezuela no Mercosul

“O Paraná multiplicou as relações com a Venezuela por mil e quinhentos. O comércio do Paraná com a Venezuela hoje é importantíssimo”, destacou Requião nesta quinta-feira (29)
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29/10/2009 - 18:30
Editoria
O governador Roberto Requião disse nesta quinta-feira (29) que espera a aprovação no Senado Federal do ingresso da Venezuela ao Mercosul – mercado comum entre o Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Bolívia. “O Paraná multiplicou as relações com a Venezuela por mil e quinhentos. O comércio do Paraná com a Venezuela hoje é importantíssimo. Todo mundo que comer um frango na Venezuela está comendo um frango paranaense”, disse Requião. A balança comercial do Paraná com a Venezuela teve um saldo positivo de R$ 388,4 milhões em 2008. Foram exportados R$ 408,8 milhões de itens de bens de produção e importados R$ 20,4 milhões. De janeiro a setembro deste ano, o saldo ficou em R$ 187,1 milhões e somente em setembro, R$ 25,9 milhões. A carne de frango figura no topo da lista dos itens exportados em 2008 com venda de R$ 185,3 milhões. Seguida de margarinas (R$ 21,8 milhões), automóveis (R$ 18 milhões), ovos (R$ 10,8 milhões), veículos de transporte (R$ 10,5 milhões), óleos de soja (R$ 9,1 milhões), tecidos (R$ 7,9 milhões) e elevadores (R$ 7,9 milhões). A uréia (R$ 18,3 milhões) foi o principal item importado pelos paranaenses. Requião classificou como “uma tolice” parte da rejeição a entrada do país de Hugo Chávez no bloco. “Querem reeditar o isolamento de Cuba agora. No que deu o isolamento de Cuba? Deu a manutenção de Fidel Castro 40 e poucos anos no poder, a exacerbação do espírito nacionalista contra o isolamento. O isolamento não traz nenhuma vantagem para o Mercosul, para o Brasil e muito menos para a Venezuela”, disse Requião. ADESÃO - Ainda nesta quinta-feira, pela tarde, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado aprovou o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul. A matéria ainda precisa ser votada no plenário do Senado, o que deverá ocorrer na próxima semana. Em relatório separado - aprovado pela comissão -, o senador Romero Juca (PMDB-RR) citou os prejuízos econômicos da rejeição do país andino. Segundo o relatório, a não adesão venezuelana corresponderia a incentivar o sexto maior cliente mundial do Brasil a procurar outros parceiros. “As primeiras vítimas serão nossas exportações, hoje da ordem de US$ 5 bilhões, além dos contratos, hoje da ordem de US$ 15 bilhões”. A mensagem do governo sobre o protocolo também destaca os números que a Venezuela pode acrescentar ao Mercosul - que vai passar a constituir um bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de 12,7 milhões de quilômetros quadrados, PIB (produto interno bruto) superior a US$ 1 trilhão - montante equivalente a cerca de 76% do PIB da América do Sul - e comércio global superior a US$ 300 bilhões.