Girassol será matéria-prima para biodiesel no Paraná

A produção da cultura é de cerca de 150 mil toneladas do grão, mas se depender de várias ações que estão em curso no Brasil o girassol vai ganhar novo fôlego
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06/07/2005 - 17:30
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A definição do zoneamento agroclimático para o girassol, o desenvolvimento de tecnologias específicas para o cultivo do grão e o domínio de um processo químico menos poluente para produção de biodiesel são as metas do Programa de Bioenergia do Estado, que promoveu um treinamento sobre a colheita do girassol para cerca de 100 técnicos da Emater-PR nesta quarta-feira (6) no auditório da Embrapa Soja, em Londrina. O vice-governador e secretário Agricultura, Orlando Pessuti, o secretário de Ciência e Tecnologia, Aldair Rizzi, o representante da Emater-PR Celso Seratto, o chefe técnico do Iapar Antonio Costa, o secretário municipal de agricultura Nilson Ladeia, o deputado José Maria Ferreira, a chefe geral da Embrapa Soja Vania Castiglioni participaram da abertura do evento. Na ocasião, a Embrapa Soja fez homenagem à Secretaria e às empresas vinculadas, pela parceria e apoio dado por elas à Embrapa. A chefe geral da Embrapa Soja Vania Castiglioni entregou ao secretário Orlando Pessutti uma estatueta referente aos 30 anos da empresa. De acordo com a Secretaria da Agricultura do Paraná, o Programa Paranaense de Bionergia pretende conhecer quais as culturas economicamente viáveis para produção de biodiesel, caso do girassol, e definir as escalas ideais de produção em usinas de biodiesel. Ao falar sobre o Programa, Vania destacou que “não basta termos biodiesel, é necessário também que ele tenha condições de competitividade em relação às outras alternativas no mercado e o girassol mostra-se promissor, especialmente por conter cerca de 50% de óleo em sua composição”. A primeira ação do Programa foi a articulação de parcerias com as instituições de pesquisa e a assistência técnica do Paraná. “A Embrapa, Iapar e Emater vão desenvolver tecnologias para viabilizar a produção agrícola da cultura e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) irá desenvolver tecnologia própria para produção de biodiesel”, explica Richardson de Souza, da Secretaria da Agricultura. Biodiesel - O biodiesel, produzido a partir de óleos vegetais extraídos da soja, do girassol ou do dendê, reduz a emissão de gases poluentes como o CO2, um dos responsáveis pelo efeito estufa. De acordo com Souza, o processo químico mais conhecido atualmente utiliza o metanol - derivado do petróleo - para produzir biodiesel. O Tecpar está pesquisando um processo que produza biodiesel a partir do etanol, álcool proveniente da cana-de-açúcar, que é ainda menos poluente. “Até o final do ano, o Tecpar irá utilizar uma mini-usina para fazer testes de óleos e de técnicas de produção”, explica Souza. Segundo ele, a Embrapa ficará responsável pelo definição do zoneamento agroclimático, que estabelece diretrizes sobre época e locais de cultivo. “O zoneamento também é um instrumento que colabora para a liberação de financiamento agrícola”, afirma. Para obter informações detalhadas sobre o comportamento da cultura em todo o Estado foram implantadas 35 unidades de observação de girassol, entre março e maio, que ainda estão em processo de colheita. “Vamos instalar 40 hectares de girassol agora entre julho e agosto para subsidiar os trabalhos de pesquisa”, afirma o técnico Antonio Maurina, da Emater. Girassol - Dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), apontam que a área cultivada com girassol no Brasil é de aproximadamente 80 mil hectares. A produção da cultura é de cerca de 150 mil toneladas do grão, mas se depender de várias ações que estão em curso no Brasil o girassol vai ganhar novo fôlego. “O girassol apresenta-se como uma excelente matéria-prima para a produção de biodiesel e importante alternativa de geração de emprego e renda para a agricultura familiar”, explica a chefe geral da Embrapa Soja, Vania Castiglioni.

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