Funcionários da Renault com contrato suspenso voltarão ao trabalho

A participação do Governo do Estado foi essencial para a recuperação do setor
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16/02/2009 - 16:02
Editoria
Cerca de 400 trabalhadores da unidade da Renault em São José dos Pinhais, que estão com o contrato de trabalho suspenso e recebem Bolsa Qualificação, devem voltar ao trabalho no próximo mês. De acordo com o coordenador da delegação sindical da montadora, Robson Jamaica, a previsão é que a fábrica volte a trabalhar com metade do segundo turno entre os dias 05 e 20 de março, o que aumentaria a capacidade de produção para até 540 carros por dia. Segundo ele, a expectativa é que os outros 400 funcionários afastados voltem ainda no primeiro semestre do ano. “O mercado deu sinais positivos de recuperação e agora é preciso esperar para saber se o bom momento é permanente. Nosso objetivo é que a volta dos trabalhadores se dê de maneira gradual e sólida. Estamos bastante esperançosos e acreditamos que os serviços serão normalizados em breve”, disse. Ele lembra também dos empregos indiretos que devem ser gerados com o aumento na produção. “Calculamos que, para cada posto de trabalho que a fábrica cria, mais três são criados na cadeia produtiva pelas empresas que prestam serviços e fornecem matéria-prima. Este meio turno que volta a produzir requer mais logística e transporte, por exemplo” BOLSA QUALIFICAÇÃO: Nesta semana, a Renault deve enviar um comunicado à Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social com o nome dos funcionários e a data de volta ao trabalho. O secretário Nelson Garcia explica que os trabalhadores receberão o número de parcelas do seguro-desemprego referentes ao tempo de afastamento e, imediatamente à retomada dos contratos, eles voltam a recolher os benefícios previdenciários e Fundo de Garantia. “A Bolsa Qualificação é uma modalidade de seguro-desemprego concedida a empregados formais com contrato de trabalho suspenso temporariamente. Através dela, o trabalhador tem direito a receber até cinco parcelas do benefício pago pelo Governo Federal enquanto participa de cursos de qualificação profissional pagos pelo empregador. No Paraná, temos orientado os empresários a adotarem a Bolsa como forma de evitar demissões em tempos de crise”, acrescenta. Para Núncio Mannala, coordenador de Estudos, Pesquisas e Relações do Trabalho, a participação do Governo do Estado foi essencial para a recuperação do setor. “Se a empresa simplesmente demitisse estas 800 pessoas agora teria que contratar novos funcionários. Teria gasto muito dinheiro com rescisão contratual, perdido grande parte do seu quadro funcional e, com certeza, enfrentaria hoje grandes dificuldades para encontrar trabalhadores qualificados”, analisa. Robson Jamaica completa: “O trabalho conjunto dos sindicatos com o Governo e a empresa foi o que permitiu uma retomada consciente dos serviços. Provamos nesta situação que agir pensando na defesa dos empregos funciona e é benéfico para todos os envolvidos”, explica.

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