Franceses querem importar farelo de soja não-transgênica pelo Porto de Paranaguá

Comitiva de canadenses e franceses conheceu nesta terça-feira (10) o escoamentto de granéis através do porto paranaense
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10/02/2009 - 17:20
O grupo de 15 técnicos franceses e canadenses que está no Paraná integrando o convênio de cooperação entre a província de Québec (Canadá), a região Rhônes-Alpes (França) e o Paraná visitou o Porto de Paranaguá nesta terça-feira (10). O objetivo da visita foi conhecer o terminal portuário paranaense, principalmente o sistema de escoamento de grãos. A comitiva foi recebida pelo diretor comercial da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Alberto César. “A França quer comprar soja não-transgênica do Paraná. Para nós, este convênio é de fundamental importância, ainda mais neste período em que o Porto de Paranaguá entra numa nova fase. Com a dragagem, receberemos navios de maior porte e nos tornaremos ainda mais competitivos”, disse César. De acordo com o engenheiro agrônomo da Secretaria Estadual da Agricultura, Marcelo Silva – que acompanhou a visita ao Porto –, a região de Rhônes-Alpes pretende importar do Paraná farelo de soja não-transgênica. “Esta é a segunda vez que recebemos uma missão da França. Na primeira visita, eles vieram conhecer o sistema de produção, colheita, segregação e exportação da soja convencional”, explicou. Este ano, acrescentou Marcelo Silva, foi enviado um grupo mais técnico que conheceu todas as fases do processo para elaborar um relatório que será enviado ao governo francês para dar início às importações da soja paranaense. O chefe da missão francesa, Guy Palluy, disse que o interesse em importar farelo de soja não-transgênica se dá porque, desde 2004, a região de Rhônes-Alpes é território livre de transgênicos. Fora isso, uma pesquisa recente mostrou que 80% da população da região não aceita consumir produtos de origem animal ou vegetal que sejam geneticamente modificados. “A população francesa é muito sensível à alimentação e à saúde. Por isso, precisamos verificar o processo de segregação de grãos no Paraná e como acontecem as exportações pelo Porto”, disse Palluy. NÚMEROS – A França é o país que mais importou farelo de soja através do Porto de Paranaguá em 2008: 1,37 milhão de tonelada do produto. Ao todo, foram exportados para a França pelo Porto de Paranaguá, em 2008, 1,6 milhão de tonelada de produtos. Além do farelo, destacou-se a exportação de óleo vegetal e madeira. Para atender os níveis internacionais, o Porto de Paranaguá mantém um sistema de classificação dos grãos exportados pelo terminal. A Claspar faz análise de todos os produtos para verificar níveis de impureza e também para saber se os grãos são geneticamente modificados ou não. Esta classificação garante para o comprador a qualidade do produto que está sendo exportado.