Franceses conhecem sistema de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná

No terceiro dia da visita ao Paraná da delegação francesa da região de Rhône-Alpes, a secretária Lygia Pupatto iniciou a apresentação do Sistema Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior à comitiva
Publicação
19/11/2008 - 19:06
No terceiro dia da visita ao Paraná da delegação francesa da região de Rhône-Alpes, a secretária Lygia Pupatto iniciou a apresentação do Sistema Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior à comitiva. “Os estados de Paraná e São Paulo são os que mais têm instituições estaduais de ensino superior”, destacou a secretária Lygia. O Paraná tem seis universidades e sete faculdades estaduais distribuídas pelo seu território. De acordo com a secretária, os cursos de pós-graduação do Paraná representam 7% dos cursos do país, e 83% destes cursos são ofertados em instituições públicas estaduais. No braço da ciência e tecnologia, fazem parte do sistema o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), o Instituto Tecnológico Simepar e a Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná. Os investimentos do Fundo Paraná de Ciência e Tecnologia foram tema da apresentação do coordenador da Unidade, Nivaldo Rizzi. Os recursos do Fundo Paraná correspondem a 2% da arrecadação tributária do Estado, destinados ao desenvolvimento científico e tecnológico do estado. Desse total, 20% vão para o Tecpar, 30% para a Fundação Araucária e 50% para projetos estratégicos e redes de pesquisa do Fundo Paraná. O diretor de Administração e Finanças da Fundação Araucária, Fernando Gimenez, destacou que a Fundação conta com comitês assessores, formados por especialistas em diversas áreas do conhecimento, para a definição dos projetos a serem apoiados. A Fundação Araucária ampara a formação de recursos humanos no estado, e tem recursos vindos do Fundo Paraná. Em 2008, os recursos aplicados pela Fundação em produção científica, tecnológica e inovação; verticalização do ensino superior; formação de pesquisadores e disseminação científica somam mais de R$ 32 milhões. BIOENERGIA - diretor-técnico do Tecpar, Bill Jorge Costa, falou sobre o Programa Paranaense de Bioenergia, e ressaltou a importância da pesquisa com óleos vegetais que sirvam para a produção de biodiesel, extraídos de plantas que não sejam espécies usadas na alimentação. Ele explicou que o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) faz a primeira parte do trabalho, produzindo óleos vegetais. “O Tecpar tem uma estrutura voltada ao estudo da tecnologia de produção de biocombustíveis, produzindo e avaliando esse combustível de acordo com especificações nacionais e internacionais”, disse Bill Costa. O diretor-adjunto do Instituto Tecnológico Simepar, César Benetti, explicou que o Simepar vai muito além do serviço de previsão de tempo, que é o mais conhecido pela população. Segundo ele, o Simepar tem também projetos de pesquisa e desenvolvimento, como por exemplo, na área de impactos das variáveis meteorológicas no setor energético, além de estudos sobre impactos ambientais e desenvolvimento de sistemas de monitoramento e previsão meteorológica. CURSO PARA FABRICAR QUEIJOS - Durante a reunião, foi lançado o curso de extensão em fabricação de queijos, o primeiro ofertado pela Escola Tecnológica de Leites e Queijos dos Campos Gerais. A escola é resultado da cooperação entre os governos do Paraná e a região francesa de Rhône-Alpes. O coordenador da escola e professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Alessandro Nogueira, passou por um estágio na França para implantar as tecnologias de produção de queijos no Paraná. Além deste curso de extensão, estão entre as metas do projeto um curso de especialização em leites e queijos, prestação de serviços ao setor de laticínios, cursos de curta duração, e outros. O mestrado em Ciência e Tecnologia dos Alimentos da UEPG já incluiu uma linha de pesquisa em queijos maturados. “O mais interessante dessas metas é que capacitaremos, de diferentes formas, aproximadamente 300 pessoas”, disse Alessandro. UNIVERSIDADE SEM FRONTEIRAS - Foi apresentado também um dos mais de 400 projetos do programa Universidade Sem Fronteiras, da SETI, chamado “Couro de peixe marinho”. Neste projeto, são repassadas tecnologias de aproveitamento de couro de peixe para mulheres de pescadores do litoral paranaense. A associação de mulheres produz artesanato com o material, que serve como alternativa de renda para esta população, que vive em um bairro de Guaratuba com baixos índices de desenvolvimento humano. Segundo Kátia Kalko Schwarz, coordenadora do projeto, os produtos feitos pela associação têm alto valor agregado: “as mulheres compram o couro de peixe, que era jogado no mar, por cerca de 30 centavos de euro o quilo. A limpeza do couro custa de 5 a 8 euros por dia para as mulheres, e elas vendem o quilo do couro curtido por cerca de 200 a 300 euros”. Roger Fougéres, vice-presidente do Ensino Superior e Pesquisa da região de Rhône Alpes, considerou o projeto do Universidade Sem Fronteiras muito interessante. “A universidade pode responder às necessidades da sociedade, e esta Secretaria já está fazendo uso do conhecimento para a sociedade”, afirmou.