Fotos de Haruo Ohara compõem mostra do Museu Oscar Niemeyer

Imigrante japonês é apontado como um dos mais importantes nomes da fotografia brasileira, da segunda metade do século 20
Publicação
06/12/2010 - 16:40
Editoria

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O Museu Oscar Niemeyer abre, nesta quinta-feira (9), às 19h, a mostra Haruo Ohara. Com o apoio do Governo do Paraná e da Caixa Econômica Federal, a exposição reúne 150 fotografias em preto e branco produzidas por Haruo, entre 1940 e 1970. Apontado como um dos mais importantes nomes da fotografia brasileira, da segunda metade do século 20, esta seleção integra o acervo com mais de 18 mil negativos do Instituto Moreira Salles.
Como homem da terra, Haruo Ohara (1909-1999) cultivou o campo e com sensibilidade utilizou a fotografia para registrar a luz e construir formas abstratas a partir de volumes e texturas de objetos e da natureza de seu dia a dia. Produziu também marcantes imagens documentais e humanistas da família, da região e de seu trabalho associado à abertura da nova fronteira agrícola no Norte do Paraná.
O trabalho de Haruo aponta que, mesmo em um momento de forte transformação e aceleração tecnológica – a urbanização crescente do Brasil na época –, talvez apenas o tempo real de maturação das flores, frutos e filhos, fortemente representados em sua obra fotográfica, seja também o tempo real e necessário para a criação artística. Essa insistente sinalização para o verdadeiro ciclo da vida e da terra, com seus ritmos ancestrais, é o seu principal legado.
HISTÓRIA – Imigrante, lavrador e fotógrafo, Haruo Ohara nasceu no Japão e veio aos 17 anos para o Brasil com os pais e irmãos. Cultivou a terra ao longo de boa parte de sua vida adulta com dedicação e arte, simultaneamente, fotografou sua vida e a de seus familiares. A obra de Ohara, alinhada com a fotografia moderna e humanista de meados do século 20, contribui para mostrar que alguns dos antagonismos da cultura brasileira não resistem ao surgimento de um novo personagem histórico na passagem do século 19 para o 20: o imigrante europeu ou asiático, que renova cultural e economicamente o país a partir do campo e que, no caso específico de Ohara, encarna tanto o homem da terra como o homem da cultura.
Por decisão da família do fotógrafo, seu acervo foi doado ao Instituto Moreira Salles (IMS) em janeiro de 2008 e passou a ser tratado e preservado pelo instituto, com sede no Rio de Janeiro, principal instalação dedicada à conservação e à preservação da memória fotográfica no Brasil. Este acervo, de um dos importantes nomes da fotografia brasileira, é composto por cerca de oito mil negativos em preto e branco, dez mil negativos coloridos, dezenas de álbuns e centenas de fotografias de época, além de equipamentos fotográficos, objetos, documentos pessoais, diários e livros. A guarda desse conjunto permite um estudo aprofundado da obra do fotógrafo e de sua trajetória como imigrante e pequeno agricultor de Londrina.
Serviço:
Haruo Ohara - Fotografias
Apoios: Governo do Paraná e CAIXA
Visitação: de 09 de dezembro a 27 de março 2011
Museu Oscar Niemeyer
Rua Marechal Hermes, 999
Aberto de terça a domingo, das 10h às 18h
* Venda de ingressos até 17h30
R$ 4,00 inteira e R$ 2,00 estudantes, com carteirinha
Gratuito para grupos agendados da rede pública, do ensino médio e fundamental, para estudantes até 12 anos, maiores de 60 anos e no primeiro domingo de cada mês.

Serviço Jornalismo/Fotografia:
- Para clipar imagens em maior resolução acesse www.museuoscarniemeyer.org.br/imprensa.htm
- Mais informações pelo Instituto Moreira Sales (IMS), com as assessoras Letícia Nascimento, Nathalia Pazini e Priscila Oliveira pelos telefones (11) 3371-4404 / 4490 e 4460 ou pelos emails leticia.nascimento@ims.com.br, nathalia.pazini@ims.com.br e priscila.oliveira@ims.com.br. O curador estará à disposição da imprensa no Museu, a partir desta quarta-feira (08).

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