O coordenador do Fórum Popular Contra o Pedágio, Acir Mezzadri, vai propor nesta terça-feira (2), na audiência pública que será realizada na Assembléia Legislativa, a redução de 50% nos valores cobrados nas 25 praças do pedágio no Paraná. “Isso é altamente factível. Nós não podemos permitir essa farra. Temos que impedir que essa verdadeira facada no bolso contribuinte paranaense se perpetue e continue acontecendo como está”, disse Mezzadri em entrevista a Agência Estadual de Notícias.
Mezzadri disse que quem paga as contas dos aumentos é o trabalhador, o assalariado no Paraná. “Todos os trabalhadores, assalariados, de uma forma ou de outra acabam pagando essa conta. Por exemplo: a pessoa que está desempregada, mas que se alimenta e utiliza medicamentos, compra roupas, está pagando pedágio de forma indireta”, disse. “Tudo circula pelas nossas rodovias, que são públicas, no momento em que se paga o pedágio, automaticamente o preço é embutido no produto final e todos nós pagamos a conta”, completou. Leia a seguir a entrevista na íntegra.
As concessionárias alegam que os aumentos estão previsto nos contratos assinados no governo Jaime Lerner. Esses contratos são justos?
Acir Mezzadri - A forma com que se elaboraram os contratos de concessão é uma agressão ao povo do Paraná. Os contratos são tão perversos que tiram a autoridade do governo federal e dos governos estaduais para colocar um paradeiro no apetite financeiro das concessionárias. O pedágio é uma farra e na forma com que se estabeleceram os contratos, para 20 anos, todo mês de dezembro, o Papai Noel aparece bem sorridente para abastecer o apetite dessas grandes empresas.
Qual é a principal proposta do Fórum contra os seguidos aumentos?
Mezzadri - Eles aumentaram o pedágio, em média, em 10% e nós precisamos encontrar uma solução de preço praticado no Brasil. Estaremos apresentando uma proposta clara e factível no Plenarinho da Assembléia Legislativa nesta terça-feira (2) às 10h. Convidamos a imprensa do Paraná e queremos convidar todas as pessoas, as entidades e, principalmente, os movimentos sociais para que venham conosco, porque temos grandes entidades se mobilizando e estudando com muito critério esses contratos.
Estaremos apresentando uma solução para a redução, não apenas contra esse aumento de 10% e sim uma redução de 50% nos valores cobrados no pedágio. Isso é altamente factível e temos que aprofundar essa discussão. Nós não podemos permitir essa farra. Temos que impedir que essa verdadeira facada no bolso contribuinte paranaense se perpetue e continue acontecendo como está.
Os aumentos são repassados e a população é que paga a conta afinal?
Mezzadri - A conta final não pesa para a pessoa abastada. Essa conta não pesa porque essa pessoa tem dinheiro e praticamente nem utiliza a rodovia porque, na maioria das vezes, viaja ao exterior, aos EUA, Europa. Quem paga a conta é o trabalhador. Todos os trabalhadores, assalariados, de uma forma ou de outra acabam pagando essa conta. Por exemplo: a pessoa que está desempregada, mas que se alimenta, utiliza medicamentos, compra roupas, está pagando pedágio de forma indireta.
Como acontece isso?
Mezzadri - Porque tudo circula pelas nossas rodovias, que são públicas, no momento em que se paga o pedágio, automaticamente o preço é embutido no produto final e todos nós pagamos a conta, principalmente o trabalhador.
Como o fórum recebeu a notícia do aumento e o que está articulando para tentar mudar isso?
Mezzadri - Nós recebemos com indignação, assim como a população do Paraná está indignada. Eu lembro que quando se inaugurava uma estrada em qualquer cidade do País, tinha inauguração com vereador, com prefeito, deputado, até o presidente da República, principalmente o governador. Eu não vi nesses dez anos de pedágio, não vi em momento algum, inauguração de praça de pedágio com autoridade presente. Isso é um sinal que alguma coisa está ocorrendo. Eles correm das inaugurações.
Além disso, quero fazer uma crítica ao governo federal. O próprio presidente Lula, que tinha um compromisso muito em não fazer pedagiamento, está fazendo em uma rodovia pública que foi paga com dinheiro do Paraná. É a tal Rodovia da Morte - muito próxima para quem vai para o Litoral catarinense. Isso também é inaceitável. Deixaram para cobrar o pedágio nessa rodovia para depois da eleição, fugindo do calendário eleitoral. Isso porque o pedágio significa assunto antipopular, antipovo, anti-voto.
Nós vamos fazer mais um alerta à população, para que a população pobre se mobilize e conteste os aumentos de forma pacífica, mas contundente e permanente. Vamos fazer um alerta aos representantes dos partidos, aos deputados estaduais e federais e aos governantes. É preciso dar um basta ao pedágio, a essa forma de cobrança. Esse tem que ser uma pauta de luta constante, cotidiana. Porque esse é o único caminho, povo na rua. Sem povo o pedágio vai continuar.
Fórum Contra o Pedágio defende redução de 50% nas tarifas
Movimento vai propor nesta terça-feira (2) na Assembléia Legislativa a diminuição dos valores cobrados nas 25 praças no Paraná
Publicação
01/12/2008 - 15:36
01/12/2008 - 15:36
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