A coordenadora antidrogas Cleuza Canan, da Secretaria da Justiça e da Cidadania, e o professor Eli de Abreu Passos, da Secretaria da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, apresentaram nessa terça-feira (13), os fundamentos para inserção da Formação de Cidadania Plena como disciplina, aos alunos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O decreto 4.588 de abril desse ano, aprovado pelo governador Roberto Requião, prevê a inserção da disciplina nos currículos escolares de todos os níveis de ensino do Estado. A matéria enfoca a prevenção ao consumo de drogas lícitas e ilícitas e a manutenção da qualidade de vida. No início do segundo semestre, as escolas estaduais de Ensino Fundamental gradativamente adaptaram a nova matéria em sala de aula. Cleuza realizou palestras para acadêmicos da área de saúde, ressaltando os casos de dependência química, perfil e tratamento dos pacientes. “Há um grande volume de evasão escolar decorrente do uso de drogas”, destacou a coordenadora, que também apresentou dados do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid). A pesquisa revela que o consumo de álcool e cigarro entre crianças e adolescentes é crescente. Nos casos de tabagismo, dos 10 aos 12 anos, o uso é de 4,2%; dos 13 aos 15 anos, 29,5%; dos 16 aos 18 anos, 46,4% e acima dos 18 anos é de 64,1%. Entre os usuários de bebidas alcóolicas, dos 10 aos 12 anos, 47,8% já beberam ao menos uma vez; dos 13 aos 15 anos, 77,4%. Dos 16 aos 18 anos, 85,7% e acima dos 18 anos, 80,3%. O 181 - Narcodenúncia, programa de repressão ao tráfico de drogas e ações da Coordenaria Estadual Antidrogas para restringir o comércio e a propaganda das drogas lícitas, especialmente aos jovens também foram debatidas na apresentação da Formação de Cidadania Plena. Para a estudante de Enfermagem, Telma Labiak, 20 anos, a disciplina é fundamental para sua profissão. “Com essas orientações especializadas, terei melhores condições de conduzir o tratamento de um dependente”, analisou. Odir Barros da Silva Júnior, 19 anos, que cursa Farmácia, disse acreditar que com melhor orientação a respeito do assunto, a comunidade universitária poderá ajudar aqueles que estão vivendo o problema das drogas. “É uma forma de exercermos nossa cidadania, colaborando com a sociedade e mesmo que o resultado possa ser pequeno, já pode ser considerado um avanço”, concluiu. De acordo com Cleuza, a previsão é de que em outubro, coordenadores de cursos de dezenas de instituições de ensino superior do Paraná, se reunam para apresentar sugestões num fórum, para implantação da Formação de Cidadania Plena na grade curricular.