Folha do Estado será de R$ 300 milhões até dezembro

Para atender “herança” do governo anterior, Governo do Paraná terá de desembolsar mais R$ 40 milhões
Publicação
23/06/2003 - 00:00
Editoria
O governo do Paraná vai chegar ao final do ano com uma folha de R$ 300 milhões, valor que supera em R$ 40 milhões a folha de dezembro do ano passado. “O governo atual está pagando a conta de promoções e progressões que o governo anterior concedeu a algumas carreiras mas não implementou”, informou o secretário Reinhold Stephanes, da Administração e da Previdência, no encontro do governador Roberto Requião com o primeiro escalão. Stephanes explicou que a folha de pagamento de 250 mil salários, aposentadorias e pensões ligados ao quadro do Executivo já aumentou em R$ 20 milhões. “Desde janeiro já implementamos os aumentos que haviam sido dados às polícias civil e militar, avanços para os professores e uma série de ajustes de carreiras do quadro próprio”, comentou. Para resolver outras situações já programadas e corrigir distorções, o secretário calcula que a folha chega a dezembro com um acréscimo de mais R$ 20 milhões. Situações - “Em oito anos não se fez nada que se possa chamar de política de recursos humanos”, definiu Stephanes ao apresentar o balanço das questões já resolvidas e no aguardo de soluções. Para ele, as situações mais graves de todo o funcionalismo são as dos professores e dos cerca de 20 mil funcionários dos chamados setores de execução e apoio, entre os quais estão os salários mais baixos do Executivo. Nesses segmentos, comentou Stephanes, há funcionários que recebem complementação salarial porque têm ganhos inferiores ao do salário mínimo, situação que foi colocada entre as prioridades da Diretoria de Recursos Secretaria da Administração e da Previdência, e que será atendida ainda este ano. “A situação de todo o funcionalismo é de espera por um reajuste que não acontece há anos e que depende da arrecadação para ocorrer”, observou. Os últimos ajustes lineares para todos os servidores ocorreram em março e em agosto de 1.995. “No mais os ganhos foram concedidos de forma isolada, por pressão e influências de alguns segmentos mais organizados”, ressaltou o secretário. De acordo com o balanço apresentado por Stephanes, a folha da Polícia Militar aumentou em R$ 5,5 milhões/mês com a implementação que foi concedida pelo governo anterior e aplicada por Requião. A folha da Polícia Civil aumentou em R$ 1,1 milhão e desde julho do ano passado o chamado Quadro Próprio do Poder Executivo (QPPE) aguarda pelo pagamento de enquadramentos e promoções previstos, que o governo Requião deve honrar até o final de julho, arcando com um custo mensal adicional de R$ 8,2 milhões. Outra questão que Stephanes qualifica como grave é a pendência em relação aos dissídios coletivos das empresas públicas e de economia mista, que aconteceram em anos anteriores e não foram pagos. “Este passivo é bastante grande, mas os valores e cálculos ainda estão em discussão”, afirma o secretário. Essas empresas ainda devem ter novo dissídio este ano.