Fiscais gaúchos conhecem fiscalização de agrotóxicos nas lavouras paranaenses


Trabalho realizado pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná está em estágio avançado e ganhou visibilidade em todo o País
Publicação
04/11/2009 - 14:10
Editoria
Fiscais da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul acompanharam a fiscalização de agrotóxicos e o uso desses produtos nas propriedades agrícolas paranaenses e a aplicação correta do receituário agronômico. Os fiscais gaúchos foram recepcionados pela equipe de fiscalização da Divisão de Fiscalização de Insumos e Serviços Agrícolas, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento e visitaram fazendas da região de Ponta Grossa e Ipiranga. A visita ao Paraná foi solicitada por Rita Grasselli, chefe dos fiscais daquele Estado. “O Paraná desenvolve uma forte ação na área de controle de insumos agrícolas, como fiscalização do comércio de sementes, mudas, fertilizantes, especialmente sobre o receituário agronômico, comércio e uso de agrotóxicos”, explicou o coordenador do trabalho, engenheiro agrônomo João Miguel Toledo Tosato, responsável pela área de Fiscalização de Agrotóxicos. Segundo Tosato, o trabalho da equipe de engenheiros agrônomos do Departamento de Fiscalização e da Defesa Agropecuária (Defis) ganhou notoriedade e tem visibilidade em praticamente todos os seminários de agrotóxicos realizados em vários estados, como Pará, Espírito Santo, Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e Rio de Janeiro. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento reconhece o sucesso desse trabalho e patrocina a participação dos engenheiros agrônomos do Defis nos encontros nacionais e regionais que envolvam a discussão e o debate sobre a aplicação de agrotóxicos nas lavouras. CONTATO – Os fiscais dos dois estados estiveram nas propriedades agrícolas em contato com os agricultores, onde são conferidas as informações contidas em receitas agronômicas para o uso dos agrotóxicos. “Infelizmente verificamos que existe um conluio entre o comerciante que vende os produtos e o profissional que assina a receita para o uso de determinado agrotóxico em lavoura para a qual não há recomendação”, explicou Tosato. Os fiscais também verificaram se os agricultores devolvem embalagens vazias, conforme a legislação, bem como se os agrotóxicos comprados eram registrados no Ministério da Agricultura e cadastrados na Secretaria da Agricultura. E ainda, se os produtos foram comprados com as devidas notas fiscais e receitas agronômicas. Outro aspecto importante foi verificar se os agricultores possuem e utilizam os equipamentos de proteção individual para manipular e aplicar os agrotóxicos de modo a não prejudicar a própria saúde. IRREGULARIDADES – Durante o treinamento dos fiscais gaúchos, foram constatadas várias irregularidades, como o uso incorreto de agrotóxicos e aplicação inadequada do receituário agronômico. Entre eles, Tosato apontou a aplicação de um produto indicado para lavouras de soja em culturas de hortaliças. Também foi encontrado caso de um agricultor que tinha receita para compra de agrotóxico para uso em cultura do tomate e foi aplicado no cultivo de cenoura. Outra preocupação dos fiscais no campo – explicou Tosato aos fiscais gaúchos – é a venda antecipada de um agrotóxico antes da cultura ser instalada, sem saber se a praga vai de fato existir e, mesmo que ela exista, se vai provocar dano econômico que justifique a aplicação do produto. “É uma infração que necessita ser combatida, porque propicia o uso indiscriminado de agrotóxico nas lavouras”, disse.

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