A maior obra habitacional em execução no Paraná, com 500 unidades, está com mais de 70% do cronograma de execução cumprido e a previsão de conclusão é até o fim do ano. A Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) coordena a construção em Arapongas (Norte do Estado), que tem investimento de mais R$ 14 milhões vindos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), em parceria com a Caixa Econômica Federal. O conjunto habitacional será o primeiro a receber aquecimento solar para economia de energia elétrica.
A maioria das casas do Conjunto Residencial Moradias Araucária, já está coberta e os trabalhos de instalação elétrica estão sendo executados rapidamente. A obra tem a participação de 220 profissionais, entre pedreiros, carpinteiros, serventes, mestres-de-obras e eletricistas, que trabalham sob a coordenação de técnicos da Cohapar.
A decisão de implantar painéis de energia solar obedece a critérios estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica, conforme determinação do governador Roberto Requião. A economia que vem do Sol vai proporcionar às famílias um mês por ano de energia gratuita e limpa. “São casas ecologicamente corretas e o melhor de tudo é que os custos dos painéis serão inteiramente cobertos pela Aneel e Copel, em uma ação integrada dos governos federal e estadual na busca de maior eficiência energética”, explica o presidente da Cohapar, Rafael Greca.
Para o prefeito de Arapongas, Beto Pugliese, o esforço empreendido pelos governos municipal, estadual e federal traz indicadores altamente benéficos para a população local. “Nosso déficit habitacional ficará muito reduzido. Superaremos a meta de duas mil moradias em nossa gestão, com o início da construção de mais 452 unidades, quando o Conjunto Moradias Araucária estiver pronto. Também contamos com a aprovação do projeto de outras 392 casas”, contabiliza o prefeito, que vai instalar asfalto no conjunto para que as pessoas tenham mais conforto e os imóveis fiquem ainda mais valorizados.
“Verdadeira casa” – O carpinteiro Éder Claudinei Fortunato, 28 anos, que presta serviços há oito meses na obra, por meio da Associação dos Moradores do Casa da Família/FGTS, será um dos futuros moradores do Conjunto Moradias Araucária. Casado há cinco meses com a dona de casa Liliane Aparecida do Prado, 24, Fortunato tem uma rotina dura – sai às 6h e retorna somente no final do dia. “Gosto de dizer que saio todo dia para a minha verdadeira casa”, conta o carpinteiro. Fortunato paga R$ 150 de aluguel diz que o esforço compensa. “Cheguei a comprar um lote mas não consegui construir sozinho. Se não houvesse o Casa da Família, não teria condições de ter minha própria casa e ficaria a vida inteira pagando aluguel”.
Já Liliane tem uma rotina bem diferente. Visita as obras todos os domingos, faça chuva ou faça sol. “Sempre sonhamos com a casa. Em um desses sonhos, eu entrei com toda a mudança e eu estava muito feliz”, relata a dona de casa. Enquanto o sonho não é concretizado, Liliane já se antecipa com a preparação do enxoval. Toalhas de banho, de mesa, cortinas e tapetes estão sendo cuidadosamente escolhidos, para que a “casa fique muito bonita e acolhedora”.
“Fantasma do despejo” - O pedreiro Adão Ortiz, 51, é outro que tem motivos de sobra para trabalhar com mais afinco nas obras da Cohapar. Com sete filhos e casado com Jorgina Ferreira Ortiz, 56, paga R$ 180 de aluguel e vive atormentado com a possibilidade de despejo, já que a casa alugada foi colocada à venda pelo proprietário. No entanto, Ortiz diz que a agonia vai terminar até o final do ano, quando mudará para uma residência de 52 metros quadrados no empreendimento Moradias Araucária.
“Trabalhar aqui na obra e poder construir minha própria casa é uma bênção. Sou autônomo e nem sempre encontrei trabalho com facilidade”, lembra. Ortiz tem um enorme carinho pela obra e motivos têm de sobra. “Vou com disposição de sobra para o trabalho, sabendo que minha casa está lá e que posso vê-la todos os dias. Cuido de todas as casas como se fossem a minha”, conta o pedreiro.
Por determinação do governador Requião, o Paraná é o único estado da federação em que o mutuário só começa a pagar as prestações da casa própria depois que estiver morando nela. É um alívio considerável nas finanças das famílias de Éder e Adão, que estão próximas de concretizar o sonho da moradia própria.
As casas do Residencial Araucária são da modalidade hipoteca, com vinte anos para pagar. São moradias que variam de 44 a 63 metros quadrados com cinco projetos arquitetônicos diferenciados. Possuem dois ou três quartos, sala, cozinha, banheiro e varanda e são totalmente em alvenaria, com forro em PVC e telhas de cerâmica.