“Ferroeste: um ano de vitórias, prenúncio do que está por vir”

Artigo assinado pelo diretor presidente da Ferroeste, Samuel Gomes
Publicação
14/12/2007 - 16:40
Editoria
Estamos vivendo um momento histórico. A Ferroeste avança a passos largos e firmes, depois de 10 anos de pilhagem e privataria que a paralisaram. Desde que o Estado do Paraná retomou a ferrovia, há um ano, as boas notícias não param de chegar. Depois de um longo e franco debate, o governo federal alinhou-se com o Paraná, escolhendo o percurso Guarapuava - Engenheiro Bley como solução para o gargalo representado pela centenária ferrovia entre Guarapuava e Ponta Grossa, que representa obstáculo ao desenvolvimento do projeto ferroviário do Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. O governador do Mato Grosso do Sul adotou a nossa ferrovia como a obra mais importante para o seu estado, reivindicando a sua construção de Cascavel – Guaíra – Mundo Novo – Dourados - Maracajú, para o que propôs ao governador Requião a constituição de grupo de trabalho entre técnicos dos dois estados, e envolveu o Codesul no apoio à proposta. O apoio do Codesul veio com a aprovação da Moção Ferroeste, firmada pelos quatro governadores, na última reunião do conselho, em Curitiba, em 18.10.07, defendendo a inclusão no PNLT – Plano Nacional de Logística de Transportes e no PAC – Programa de Aceleração do Crescimento da construção de um conjunto de trechos, denominado Corredor Oeste, ligando por ferrovia Maracaju – Dourados – Mundo Novo – Guaíra – Cascavel – Guarapuava – Curitiba - Paranaguá. A Comissão de Serviços de Infra-Estrutura do Senado aprovou emenda de sua autoria para inclusão no PPA de recursos no valor de R$ 1,3 bilhão para a construção da ferrovia da Ferroeste entre Cascavel e Maracaju (MS). A bancada federal do Mato Grosso do Sul apresentou proposta no mesmo sentido, com o valor de R$ 1,5 bilhão. O Paraguai elegeu a interligação ferroviária com o Paraná uma das prioridades nacionais, o que determinou que, no último encontro entre os presidentes Lula e Nicanor, fosse criado Grupo de Integração Logística Brasil – Paraguai, em cuja segunda reunião, em Assunção, em 30 de julho de 2007, entre o Itamaraty e o Ministério das Relações Exteriores do Paraguai, fosse decidido que o governo brasileiro colocará o BNDES para viabilizar a ferrovia Cascavel - Foz do Iguaçu e, através de ponte ferroviária sobre o rio Paraná, Foz do Iguaçu - Puerto Franco - Maria Auxiliadora (ou Assunção), trecho necessário à conformação do Corredor Ferroviário Bioceânico Paranaguá/Pontal do Paraná – Antofagasta - Mejillones del Sur. Em razão disso, três ministros (Transportes, Relações Exteriores e Planejamento) firmaram, em 23.10.07, Aviso Interministerial Nº 002/MT/MRE/MP, dirigido ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho, solicitando que o Banco busque viabilizar a construção os projetos que terminamos de mencionar (Guarapuava - Engenheiro Bley, Cascavel – Guaira - Mundo Novo – Dourados - Maracajú, Cascavel - Foz do Iguaçu – Puerto Franco – Maria Auxiladora e o Corredor Ferroviário Bioceânico Paranaguá/Pontal do Paraná-Antofagasta/Mejillones del Sur). A Petrobrás, por meio da sua subsidiária de logística Transpetro, vem somar-se ao projeto Ferroeste, firmando termo de cooperação técnica conosco para estudar os meios para que a nossa ferrovia participe da logística do escoamento do etanol do Centro-Oeste ao Porto de Paranaguá e dos derivados de petróleo da refinaria de Araucária (Repar) para o Oeste e Sudoeste paranaense, Oeste Catarinense, Centro Oeste brasileiro e Paraguai. Agora, no dia 13 de dezembro de 2007, o governador de Santa Catarina Luiz Henrique da Silveira enviou carta ao governador Roberto Requião, propondo a constituição de uma comissão formada por técnicos do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul “com o objetivo de desenvolver estudos necessários à implantação de um projeto ferroviário que contemple os interesses comuns aos três Estados, permitindo uma maior integração econômica e social na região”, frisando, ainda, que “a continuidade da ferrovia da Ferroeste até o Estado do Mato Grosso do Sul e posteriormente ligando-a à região Oeste do Estado de Santa Catarina é muito importante para o desenvolvimento da logística de transportes, principalmente para possibilitar o escoamento da produção destas regiões pelos Portos de Paranaguá e São Francisco do Sul.” Avançamos na integração latino-americana. A Ferroeste foi escolhida pela ALAF - Associação Latinoamericana de Ferrovias para organizar o Seminário do Corredor Bioceânico Paranaguá/Pontal do Paraná-Antogasta/Mejillones del Sur, evento organizado sob os auspícios do Grupo de Integração Logística Brasil – Paraguai (coordenado pelo Itamaraty e pelo Ministério de Relações Exteriores do Paraguai), que será realizado em Curitiba, em junho de 2008, juntamente com a Junta Consultiva da ALAF e com a Assembléia Regional na América Latina da UIC - União Internacional de Ferrovias, a mais antiga e importante entidade que congrega e regula o setor ferroviário no mundo. Na Assembléia Regional da UIC realizada em Montevideo, em 14 de novembro de 2007, tive a honra de ser escolhido vice-presidente da entidade mundial na América Latina. Igualmente honra-me a ALAF haver-me encarregado da coordenação do Fórum Corredores Ferroviários Bioceânicos na sua página web (www.alaf.int.ar). Tudo isso, em um apenas um ano. O caminho de esperança que nos dirige ao futuro estava interrompido pelo entulho da ganância sem peias de uma quadrilha que se assenhorou da ferrovia do povo do Paraná. Agora, com a retomada da Ferroeste, voltamos a fazer caminho ao caminhar. Neste dia 18 de dezembro estaremos comemorando. Funcionários da Ferroeste, representantes da sociedade civil, militares dos batalhões ferroviários, membros do governo estadual. Celebraremos um ano de êxitos, de colheita e de plantio de novas colheitas. Grato a todos os que estiveram juntos nas vitórias deste ano que se encerra. Que todos tenhamos um Feliz Natal e um Ano Novo de muitas vitórias! Samuel Gomes Diretor Presidente da Ferroeste