A Ferroeste deverá expandir um ramal ferroviário a partir do Sudoeste do Paraná para o Oeste de Santa Catarina. O projeto inteiro prevê a ligação entre o Mato Grosso do Sul e o Oeste de Santa Catarina, passando por Guaíra e todo o Sudoeste do Paraná. Esse estudo será apresentado pelo presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, em reunião que será realizada nesta sexta-feira (29) em Chapecó, Oeste de SC. O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, irá participar da reunião em função da importância do projeto para integrar a produção agrícola das regiões envolvidas. “O ramal ferroviário irá baratear os custos de transporte dos grãos produzidos no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para as agroindústrias localizadas no Sudoeste do Paraná e Oeste de SC”, disse Bianchini. Além de Gomes e Bianchini, participarão da reunião as lideranças políticas e de movimentos sociais do Oeste de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná. Após a apresentação do estudo, as lideranças deverão discutir o encaminhamento do projeto para aprovação dos recursos necessários junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A estimativa é que sejam necessários US$ 300 milhões para implementar a obra. Segundo Gomes, o governador Roberto Requião autorizou a extensão do ramal ferroviário que vai beneficiar principalmente o Sudoeste do Estado, em atendimento à reivindicação das lideranças regionais conforme a Carta do Sudoeste encaminhada ao governo do Paraná no ano passado. A extensão de um ramal ferroviário para Santa Catarina a partir do Sudoeste integra um grande projeto de Integração Sul-Americana. Segundo o estudo que será apresentado em Chapecó todo o subcontinente deverá ser integrado através de dois corredores ferroviários entre o Atlântico e o Pacífico (Foz do Iguaçu-Paraguai-Argentina-Chile). O estudo, realizado em conjunto com a Secretaria de Estado da Infra-Estrutura de Santa Catarina demonstra que a indústria de carne de frango e suínos do Oeste de Santa Catarina é alimentada pelo milho e soja produzidos no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Oeste e Sudoeste do Paraná. São aproximadamente cinco milhões de toneladas de grãos transportadas por caminhão, o que aumenta muito os custos de produção. O ramal ferroviário entre o Sudoeste do Paraná e o Oeste de Santa Catarina possibilitará que tanto os insumos como o produto final passem a ser transportados por trem, barateando os custos e aumentando a renda dos produtores de carne de ambas as regiões. Também o pólo da indústria madeireira de Palmas será beneficiado com o ramal. Outro benefício apresentado pelo estudo será o transporte mais barato do calcário e cimento oriundos da Região Metropolitana de Curitiba e dos derivados de petróleo produzidos pela refinaria da Petrobrás, em Araucária, hoje transportados por caminhão.