A Ferroeste vai registrar na segunda-feira (18) a marca de 700 mil toneladas de cargas transportadas ao completar 180 dias de retomada pública da linha férrea que liga Cascavel a Guarapuava. A eficiência da gestão pública, com tarifas baseadas nos custos de produção, é saudada pelo conselho de usuários da ferrovia que espera ainda a solução imediata dos entraves jurídicos ainda pendentes na Justiça. Último recurso da Ferropar, concessionária extinta por falência e que explorou a ferrovia por 10 anos, será julgado nesta segunda-feira pelo Tribunal de Justiça do Paraná.
Todos os usuários estão esperando a solução de problemas jurídicos para que a ferrovia possa ser liberada e iniciar o plano de investimento previsto, com novos vagões, novas locomotivas, melhorias nos terminais. Esse problema jurídico tem que se resolver de forma definitiva. Os usuários não acreditavam mais na ferrovia até que ela foi retomada pelo Governo do Paraná. E, em hipótese alguma, não queremos o retrocesso, não queremos mais voltar atrás, defende Alcides Cavalca, presidente do Conselho de Usuários da Ferroeste.
Cavalca ainda espera que qualquer tipo de decisão da Justiça resguarde os interesses dos usuários da ferrovia. Hoje se pratica custos menores nas tarifas de transporte e os benefícios disso são transferidos aos pequenos e médios produtores, que aumentam a lucratividade dos seus produtos, adianta.
Qualquer decisão que não seja de resguardar os interesses dos usuários, reinicia todo um processo já vencido e que agora está numa nova fase, em andamento. É voltar para trás naquilo que já se avançou, destaca.
O presidente do conselho diz que aguarda, reiteradamente, o final de toda pendência jurídica para traçar de forma mais detalhada o plano de investimento da ferrovia. Esse plano de investimentos precisa de um horizonte. Se você tiver esse horizonte com uma coisa já definida, assegurada na justiça, com um novo projeto, é muito melhor do que voltarmos atrás, renegociar tudo de novo com quem já esteve no mando há anos e que não resolveu nada, completa.
Entre janeiro e maio, a Ferroeste transportou 638.937 toneladas de cargas um resultado 4,2% maior que o mesmo período do ano passado quando a ferrovia estava privatizada. O atual modelo operacional da Ferroeste demonstra que é possível estabelecer uma gestão pública de uma ferrovia, inspirada, governada por princípios do interesse público, da defesa do produtor, da redução dos custos de produção, disse Samuel Gomes, presidente da empresa do Governo do Paraná.
Hoje o Paraná é o único estado brasileiro em condições de fazer uma política de transporte ferroviário. E essa diferença de 4,2% que tivemos no primeiro semestre deste ano, em relação ao ano passado, poderia ser maior porque reflete ainda as dificuldades que tivemos até conseguir normalizar a retomada da operação, completou Samuel Gomes.
Ferroeste já transporta 700 mil toneladas em 6 meses de gestão pública da ferrovia
A eficiência da gestão pública, com tarifas baseadas nos custos de produção, é saudada pelo conselho de usuários da ferrovia que espera ainda a solução imediata dos entraves jurídicos ainda pendentes na Justiça
Publicação
16/06/2007 - 12:00
16/06/2007 - 12:00
Editoria