Ferroeste firma parceria com o setor sucroalcooleiro

Acordo irá estudar participação da estatal na construção do alcoolduto projetado para ligar a Região Metropolitana de Maringá ao Porto de Paranaguá
Publicação
30/06/2010 - 19:30
Editoria
O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, e dirigentes de empresas e associações públicas e privadas, decidiram nesta quarta-feira (30), em Curitiba, firmar termo de cooperação técnica para estudar a participação da estatal paranaense na construção do alcoolduto projetado para ligar a Região Metropolitana de Maringá à região de Curitiba e ao Porto de Paranaguá.
“Estamos buscando alternativas”, disse o superintendente da Alcopar, José Adriano da Silva Dias. Também participaram do encontro representantes de Copel, Cattalini, Compagas e CPA/CPL. Elas participam da CPL Log, uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) destinada a viabilizar o alcoolduto.
No dia 9 de junho, em Londrina, foi assinado protocolo de intenções entre Governo do Paraná, Alcopar e CPL Log, com a participação do governador Orlando Pessuti, para estudar a viabilidade técnica e econômica da construção do duto. Para encaminhar o projeto, foram criadas a Companhia Paranaense de Logística (CPL Log, com investidores e operadores de logística) e a CPL Holding (formada por produtores).
O alcoolduto, em fase de estudos preliminares, deverá ter 530 quilômetros de extensão e um custo aproximado de um bilhão de reais. A Ferroeste foi convidada para integrar-se ao projeto, para permitir que o duto partilhe a faixa de domínio da nova linha férrea entre Araucária e Paranaguá.
O duto transportará quatro milhões de toneladas de álcool produzido no Paraná e Mato Grosso do Sul até Araucária, onde as empresas consorciadas possuem uma estrutura de distribuição, e daí ao Porto de Paranaguá. Parte da produção será destinada ao mercado interno do Sul do país e parte à exportação.
Uma das alternativas de parceria mencionada na reunião foi o uso compartilhado da faixa de domínio da ferrovia pelo duto, especialmente na região da Serra do Mar. “A Ferroeste já possui um estudo de pré-viabilidade econômico-financeiro e ambiental para a construção de um ramal unindo Guarapuava a Paranaguá, o que demandará a transposição da Serra do Mar”, explicou o presidente da empresa.
“Os produtores do Paraná se preocupam com o amanhã, que só existirá com logística viável e competitividade. Não sendo assim, estaremos fora do mercado. Esse é o grande desafio do Brasil”, argumentou Silva Dias.
“Nossa proposta para os gestores do projeto do alcoolduto é que estudemos amplamente os cenários logísticos que se apresentem no curto e médio prazos”, afirmou Gomes “Propusemos um estudo para identificar a possibilidade de que a Ferrosul, em processo de criação, venha a ser operadora ferroviária na região hoje atendida pela ALL, em parceria ou em substituição a ela, no transporte do açúcar e do álcool.”
Segundo ele, uma nova regulação do transporte ferroviário está para ser adotada no País e irá permitir que várias operadoras trafeguem nas linhas umas das outras, mediante pagamento pelo uso.
“Caso o estudo revele que a construção do duto é, de fato, necessária, buscaremos o compartilhamento da faixa de domínio pela ferrovia e o duto entre Araucária e Paranaguá, desde que não existam impedimentos ambientais insuperáveis.”, disse Gomes.
Também participaram da reunião, na sede da Ferroeste, Luís Antonio da Silva (Cattalini), Claudio Luiz Yoshi, João Antonio dos Santos (CPA/CPL), Guilherme Bedene (Compagas) e Sérgio Luciano Fedalto (Copel). Da Ferroeste, estavam presentes o diretor de Produção, Lino Gomes, e a chefe de gabinete, Doris Margareth de Jesus.