Ferroeste estuda ampliação do terminal de cargas de Cascavel

Com 1,7milhão de m² de área, o pátio pode ser o elo logístico do Oeste do Paraná
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03/09/2010 - 18:00
Editoria
O secretário dos Transportes, Mario Stamm Junior, e o presidente da Ferroeste, Neuroci Antonio Frizzo, divulgaram sexta-feira (03) as primeiras avaliações das discussões em torno de um novo modelo de gestão para a recuperação da ferrovia. Entre os pontos estudados está a ampliação das operações do terminal de Cascavel.
Em curto e médio prazo, a viabilização de novos contratos com cooperativas e empresas do Oeste do Paraná está em exame com vistas à formação de trens para a próxima safra. A construção de silos-pulmão (buffer) em Guarapuava e em outros pontos estratégicos da estrada de ferro, para regular o fluxo de cargas, é outra das medidas que está sendo considerada pela nova diretoria.
Segundo o presidente da Ferroeste, atualmente a companhia está dimensionada para faturar R$ 27 milhões por ano, com um custo operacional de R$ 24 milhões e lucro de R$ 3 milhões. Com o novo modelo de gestão em discussão, que cria um Gestor de Operações, o faturamento pode chegar a R$ 5 milhões/ano, informa Frizzo.
De acordo com os cálculos da Ferroeste, ao final de uma década, no sistema tradicional de operações, a empresa pode faturar, com os investimentos necessários na ferrovia, R$ 135 milhões e ter um lucro de R$ 45 milhões. Caso seja adotado um novo modelo, com operações terceirizadas, a Ferroeste pode faturar R$ 117 milhões e ter seus lucros dobrados para R$ 91 milhões.
A produção na região Oeste é crescente e deve continuar se expandindo, avaliam os dirigentes. No primeiro semestre de 2010 a região exportou R$ 615,6 milhões correspondentes a um volume de cargas de 906 mil toneladas, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e Comércio Exterior.
As cargas movimentadas são basicamente de produtos primários (soja, milho e trigo), mas, com o desenvolvimento do agronegócio e com a industrialização do Estado, a perspectiva é de que o volume de exportações cresça. Parcela importante do transporte de manufaturados, com maior valor agregado, poderá ser absorvida pela ferrovia com a utilização de contêineres.

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Ferrovia já está operando com doze locomotivas

Pela primeira vez, este ano, a Ferroeste está operando com doze locomotivas, uma delas sendo destinada a serviços de manobra. A informação é do presidente da empresa, Neuroci Antonio Frizzo. Quando a nova diretoria assumiu, em 14 de julho passado, apenas três máquinas estavam em serviço.
Os principais usuários da estrada de ferro, no momento, são a Bunge, a Coamo e a Cargil. As cargas em movimentação, entre Cascavel e Guarapuava, são basicamente os granéis, cimento, combustíveis e adubos.
Para o diretor de Produção, Mauro Fortes Carneiro, o mérito pelo resultado “é das equipes de manutenção, de operações e também da área comercial”, com a contribuição operacional da ALL, concessionária do trecho entre Guarapuava e o Porto de Paranaguá. Segundo o diretor, nas últimas semanas, todo o pessoal da Ferroeste “está empenhado na recuperação das máquinas e das atividades fins da empresa”.