Ferroeste e Porto de Paranaguá discutem parceria estratégica

Crescimento da Ferroeste é vital para o futuro dos portos paranaenses,declara superintendente dos portos de Paranaguá e Antonina, Daniel Lúcio Oliveira de Souza
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02/02/2010 - 17:30
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“O crescimento da Ferroeste – e oxalá tenhamos a Ferrosul integrando o Sul do Brasil e o Mato Grosso do Sul – é de vital importância para o futuro dos portos do Paraná”. A declaração feita depois de uma reunião de trabalho com o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, em Paranaguá, é do superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Daniel Lúcio Oliveira de Souza. O presidente da Ferroeste disse ter saído do encontro “animado com as perspectivas que se abrem com essa parceria estratégica”. Também estava presente à reunião, em que foi discutida a possibilidade de investimentos comuns a serem realizados pela Appa e Ferroeste, o diretor empresarial do porto, Luiz Alberto de Paula César. De acordo com o superintendente da Appa, não é possível o crescimento de cargas nos portos paranaenses, a menos que se amplie a malha ferroviária “com bitola larga, trens de maior velocidade e de maior capacidade de carga, em substituição à atual malha que é do tempo do império e foi inaugurada pela princesa Isabel”. O superintendente lembrou que a ferrovia tem “mais de 150 anos” e foi construída para “locomotivas a vapor, quando o volume de cargas era extremamente inferior ao que temos atualmente”. Segundo ele, “a ferrovia que opera em Paranaguá não mais atende ao crescimento do porto, ao volume de cargas e às necessidades de velocidade de operação”. Daniel Lúcio Oliveira de Souza ressaltou que o projeto de expansão da Ferroeste contemplando o ramal Guarapuava-Paranaguá “é maravilhoso para o Sul do Brasil”. O escoamento da produção, agrícola e industrial, e a movimentação de containeres direcionados aos portos de Paranaguá, Antonina e, no futuro, ao Porto do Mercosul (Pontal do Sul), segundo ele, serão incrementados com a nova linha em bitola larga da Ferroeste. “Não podemos imaginar nosso crescimento e competitividade sem essa moderna estrutura ferroviária”, acrescentou Souza. O superintendente da Appa lembrou ainda que uma ferrovia moderna será a grande alternativa “às rodovias pedagiadas que encarecem e tiram a competitividade das cargas direcionadas ao porto”. Souza disse ainda que a modernização e a integração das ferrovias paranaenses com outros entroncamentos ferroviários que ligam a região Sul ao Centro-Oeste brasileiro, aos países vizinhos, inclusive andinos, “são estratégicas para o crescimento dos portos paranaenses”. Por isso, disse ele, “a Appa se coloca como parceira da Ferroeste” e com a disposição de colaborar nos projetos da empresa. “Sem dúvida”, rematou, “o futuro dos portos do Paraná está atrelado ao futuro da Ferroeste e da Ferrosul”. EXPANSÃO - Durante a reunião, o presidente da Ferroeste apresentou o atual projeto de expansão da empresa, informando que serão mais 1.365 km de linhas fazendo a ligação de Cascavel-Maracaju (MS); Cascavel-Foz do Iguaçu/Paraguai; Guarapuava-Porto de Paranaguá (com a segunda linha na Serra do Mar); e região do Cantuquiriguaçu-Chapecó (SC), pelo Sudoeste do Paraná. Quando a Ferroeste se transformar em Ferrosul, mais 1.230 km deverão ser agregados à malha da empresa com a entrada dos projetos de expansão ferroviária de gaúchos e catarinenses. Os dois principais projetos são a conexão ferroviária Chapecó-Porto de Rio Grande (RS), com aproximadamente 550 km, e a ferrovia Leste-Oeste, entre Dionísio Cerqueira (SC) e o porto de Itajaí (SC), com mais 680 km, sendo que este último trecho poderá ser integrado à Ferrosul por decisão dos governadores do Codesul. Somando o atual projeto da Ferroeste e a expansão futura da Ferrosul, o total de novas linhas chegará a 2.595 km. “Esse entramado de ferrovias se conectará com a hidrovia do rio Paraná, dando ao Porto de Paranaguá a possibilidade de ter um terminal fluvial em Guaíra”, observou Gomes. “Também com a extensão da ferrovia Norte-Sul, de Panorama (SP) a Porto Murtinho, teremos uma ligação com a hidrovia do rio Paraguai, o que significa acesso à Bolívia ou a região de Santa Cruz de la Sierra”, acrescentou. O Porto de Paranaguá será beneficiado com essa integração “porque está mais próximo à fronteira agrícola do Centro-Oeste brasileiro”, acentuou Gomes. “Com a criação da Ferrosul, que será a transformação da Ferroeste em uma ferrovia dos quatro Estados do Sul, estamos trazendo para o Sul do Brasil, a bitola larga”, ressaltou Samuel Gomes. “Todos os portos do Sul estarão conectados com esse tipo de ferrovia moderna, veloz e de alta capacidade que permitirá o transporte de passageiros a velocidades superiores a 120 km e 130 km por hora”, antecipou. “A Ferroeste nasceu vinculada ao Porto de Paranaguá”, salientou Gomes. “Agora estamos crescendo e, com a Ferrosul, seremos uma ferrovia que terá ligações com outros portos da região Sul”, informou, esclarecendo: “mas nossa vinculação com o Porto de Paranaguá é irreversível”.

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