Ferroeste e Comec vão avaliar experiência de consórcio público de transporte no Recife

Visita técnica nesta sexta-feira (22) vai permitir conhecer detalhes de uma das mais bem-sucedidas experiências de consórcio público em andamento no país
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22/10/2009 - 20:00
Editoria
O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, e o coordenador da Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba), Alcidino Bittencourt Pereira, fazem nesta sexta-feira (22) uma rodada de reuniões e realizam uma visita técnica à empresa de transporte coletivo metropolitano do Recife para conhecer uma das mais bem-sucedidas experiências de consórcio público em andamento no país. Também participam da viagem o presidente da Urbamar (Urbanização Maringá), Fernando Camargo, o prefeito de Pinhais, Luizão Goulart, e o professor Rodolfo Philippi, do Labrans/UFSC. A visita técnica é o resultado de proposta discutida em audiência pública na Assembléia Legislativa do Paraná, no dia 13 de outubro, para a criação de um consórcio metropolitano de transporte público na região de Curitiba (RMC). “É preciso discutir a implantação de um novo sistema que contemple uma instância institucional de gerenciamento comum a todos os entes públicos”, explica Gomes. “Não é mais admissível que a Urbs estabeleça tarifas e administre a integração do transporte coletivo da região metropolitana isoladamente”. Além disso, continua, “é preciso discutir a implantação de um novo sistema de transporte coletivo complementar ao atual, que utilize modernos trens elétricos, como se faz nas cidades mais modernas do mundo”. Gomes lembra que o ramal da Ferroeste entre Guarapuava e Paranaguá vai passar por Balsa Nova, Araucária, Campo Largo, Curitiba e São José dos Pinhais, podendo contribuir a construção de um novo sistema de transporte coletivo de trens metropolitanos integrado ao atual modelo de ônibus. No retorno da viagem, o grupo vai se reunir com secretário do Desenvolvimento Urbano, Forte Netto, “para mostrar o resultado da viagem e as impressões sobre a experiência do Recife”. GRANDE RECIFE O presidente da Grande Recife Consórcio de Transporte, Dílson Peixoto, empresa criada em 2008, no sistema de consórcio público, com a participação de 14 municípios metropolitanos, disse nesta quinta-feira (22), em Recife, que o interesse dos paranaenses na experiência pernambucana “é muito importante” na medida em que vai permitir “uma atualização institucional que dará maior validade ao sistema”. Dílson Peixoto disse que a implantação do modelo de gestão através do consórcio público “foi extremamente importante para o Grande Recife”. As mudanças de operação no sistema foram implementadas com rapidez, com a extinção da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de Recife (EMTU) e a criação da Grande Recife Consórcio de Transporte. A mudança veio de uma série de ações políticas no âmbito do governo do Estado e das prefeituras envolvidas no projeto. “Mostramos ao Governo e aos prefeitos a necessidade de constituição de novo modelo institucional que passava pela implantação de um consórcio público e conseguimos ainda no primeiro ano aprovar o arcabouço legal estadual e municipal do novo sistema”, informa Peixoto. COMEC O coordenador da Comec, Alcidino Bittencourt Pereira, disse que a visita técnica a Recife vem depois da “necessária a maturação” das conversas entre os vários agentes públicos envolvidos na discussão do transporte público metropolitano de Curitiba com a participação da Ferroeste. “Vamos ver na prática a implantação de um consórcio público”, ressalta Bittencourt. “Toda entrada de municípios num consórcio público”, frisa, “tem que ser aprovada pelas Câmaras Municipais, o que dá legitimidade à decisão, com mútua responsabilidade social, política e econômica”. A importância da gestão por consórcio público, segundo o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, “é o gerenciamento colegiado”. Segundo ele, “hoje há um flagrante descompasso entre a realidade sócio-econômica da região metropolitana, com uma população de 3,3 milhões de pessoas, que se utiliza de um espaço territorial comum para viver e se locomover, e a administração centralizada da Urbs”. Atualmente, o número de passageiros da região metropolitana é quase igual ao número de passageiros da Capital e a tendência, segundo a Comec, é de que a região metropolitana ultrapasse o crescimento de Curitiba na utilização do transporte coletivo integrado.