A maior eficiência no transporte ferroviário entre os Estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul foi o tema de uma reunião que aconteceu nesta semana na sede da Ferroeste, em Curitiba. O projeto foi apresentado pelo presidente da empresa, Samuel Gomes, acompanhado pelo secretário dos Transportes, Rogério W. Tizzot.
Como resultado dos entendimentos, cada Estado deve encaminhar um documento à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, para que os investimentos sejam priorizados no Plano Nacional de Logística de Transportes (PNLT), do governo federal.
Estiveram presentes os secretários de Obras Públicas e Transporte, Edson Giroto, e do Planejamento e Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul, Carlos Alberto Negreiros Said de Menezes. Além do diretor de Transportes da Secretaria de Infra-estrutura de Santa Catarina, Dilney Cabral.
Segundo o secretário Tizzot, o entendimento entre os estados pode favorecer o desenvolvimento do transporte ferroviário, que é fundamental para a redução dos custos de produção e para o aumento da renda dos produtores agrícolas e da agro-indústria.
O escoamento da produção do Mato Grosso do Sul já foi tema discutido durante a última reunião do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul), que aconteceu no Palácio das Araucárias no mês de outubro.
Discutiu-se, na ocasião, a importância de se ampliar o trajeto da Ferroeste – ferrovia pública paranaense que liga Cascavel a Guarapuava – com a implantação de um ramal para atender os municípios sul-matogrossenses de Maracaju e Dourados até o Porto de Paranaguá, passando pelos municípios paranaenses de Guaíra, Cascavel, Guarapuava.
Uma moção de apoio foi assinada, então, pelo governador do Paraná, Roberto Requião, do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira e pela governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius.
Atualmente, a Ferroeste tem 248 quilômetros e liga o Oeste a região Centro-Sul do Paraná. “Com a extensão da Ferroeste até o Mato Grosso do Sul, teremos uma ferrovia com uma possibilidade enorme de captação e transporte de cargas”, reforçou o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes.
A ligação ferroviária entre os dois Estados já havia sido tema de reivindicação dos governos do Paraná e Mato Grosso do Sul durante as reuniões regionais do PNLT, conforme destacou o diretor de Planejamento da Secretaria de Política Nacional de Transportes, Francisco Luiz Baptista, que expôs o Plano do governo federal durante a reunião do Codesul.
“Nessas reuniões tivemos a noção da importância da integração entre Mato Grosso do Sul e Paraná através da Ferroeste, o que já está sendo considerado pelo PNLT, assim como a construção de novos eixos ferroviários para que o modal ferroviário consiga captar mais carga, colaborando para o equilíbrio dos modais”, acrescentou.
Santa Catarina – A necessidade de integração do Sudoeste do Paraná levou as discussões para o alinhamento dos projetos ferroviários também com Santa Catarina.
Há duas opções em estudo, segundo o presidente da Ferroeste. A ligação direta de Francisco Beltrão e Dois Vizinhos com Laranjeiras do Sul. Ou de Guarapuava, Pato Branco, Beltrão e Dois Vizinhos, apresentando uma bifurcação para Chapecó.
A nova linha deve promover o transporte de carnes da região Oeste catarinense e Sudoeste paranaense para os portos de Paranaguá, São Francisco (SC) e Itajaí (SC), propiciando o aprofundamento da integração logística e comercial entre os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná com o Estado de Santa Catarina.
Segundo o secretário dos Transportes do Paraná, Rogério Tizzot, o entendimento entre os estados pode favorecer o desenvolvimento do transporte ferroviário, que é fundamental para a redução dos custos de produção e para o aumento da renda dos produtores agrícolas e da agro-indústria.