O Lactec (Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento) deve concluir até o final do mês de janeiro a fase de levantamento da capacidade produtiva e de projeção de cargas potenciais do Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina com vistas à construção do novo ramal da Ferroeste. “É um documento científico sobre aquilo que já sabemos: existe carga suficiente para viabilizar a ferrovia até Chapecó, em Santa Catarina”, disse o presidente da estatal, Samuel Gomes. O anúncio aconteceu em Francisco Beltrão, durante o primeiro encontro da Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop), ocorrida na sexta-feira (9) para a eleição da nova diretoria da entidade com a participação dos prefeitos eleitos. O levantamento do potencial sócio-econômico para a construção do ramal será realizado com o cruzamento de dados sobre a produção local, os tipos, a origem e os destinos prováveis das cargas ferroviárias. VANTAGENS - A previsão é de que o custo do transporte fique em torno de 30% mais barato em relação ao modal rodoviário. A ferrovia deve baratear os insumos da produção de carnes, milho e soja e reduzir o preço do calcário, adubos, fertilizantes e combustíveis provenientes da região Sul do Estado, além de promover a integração de regiões produtoras de grãos no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. O Lactec, contratado pela Ferroeste, fará o estudo preliminar, a partir do levantamento da base de dados econômicos dos governos estadual, federal e das prefeituras municipais, além de consultar outros órgãos da administração pública regional e institutos de pesquisa. “Queremos confirmar e aprimorar este conjunto de informações”, explicou Samuel Gomes. “Até metade de abril devemos entregar esse estudo ao governador Roberto Requião”. CARTA DO SUDOESTE - No encontro com os prefeitos, o presidente da Ferroeste disse que o novo ramal foi inspirado por um documento elaborado pela entidade. “Tudo começou com a Carta do Sudoeste”, lembrou. O documento elenca 40 reivindicações, uma delas é a construção da ferrovia. O presidente da Ferroeste disse que a reunião serviu para renovar o “pacto político do governo com a região” e também para reafirmar o desejo manifesto por Roberto Requião, em setembro do ano passado. Durante a assinatura do contrato com o Lactec, em Pato Branco, o governador declarou: “Dentro de um ano, o trem não estará apitando em Chapecó, mas os trilhos já começarão a ser colocados”. AUDIÊNCIAS PÚBLICAS - Em fevereiro, adiantou Samuel Gomes, a estatal paranaense vai realizar uma série de audiências públicas em vários municípios da região Sudoeste e também no Oeste de Santa Catarina para apresentar os dados da pesquisa e colher novas contribuições para o projeto. O prefeito reeleito do município de Vitorino, Valdir Picolotto, vice-presidente da Amsop, que participou da reunião da Associação, considera a ferrovia um grande avanço para o Sudoeste porque vai agregar valor fabril à produção regional. “Nossa agricultura depende muito do porto”, justifica. A ferrovia, disse ele, reduzirá o custo dos insumos, barateará o escoamento da safra e “vai gerar mais empregos na região”.