Ferroeste apresenta projetos a serem financiados pelo Bird


Apresentação foi feita nesta sexta-feira (16) em Brasília pelo presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, aos Ministérios dos Transportes e do Planejamento
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16/03/2007 - 18:49
Editoria
O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, participou nesta sexta-feira (16) em Brasília, da apresentação aos Ministérios dos Transportes e do Planejamento, do termo de referência para o estudo que o Bird (Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento) vai financiar para a implantação de portos no Rio Paraná. As estruturas vão ser construídas nos municípios de Foz do Iguaçu, Santa Helena e Guaíra, no Oeste do Paraná. Os portos no Lago de Itaipu vão permitir o desenvolvimento do transporte hidroviário interligando as hidrovias Tietê-Paraná e Paraná-Prata, mediante a transposição terrestre (rodoviária ou ferroviária) da barragem da hidroelétrica. “Nossa participação teve como meta defender os interesses da Ferroeste, para que os estudos contemplem o modal ferroviário, bem como atualização do estudo de viabilidade econômica dos trechos Cascavel-Guaíra e Cascavel-Foz do Iguaçu, além do estudo de viabilidade e o traçado do trecho Guaíra-Dourados no Mato Grosso do Sul”, revelou Samuel. A comitiva paranaense foi integrada ainda pelo prefeito e o secretário de Planejamento de Foz do Iguaçu, Paulo Mac Donald Ghisi e Wádis Benvenutti, além de Joel de Lima e Margareth Groff representando a Itaipu. De acordo com Samuel, a Ferroeste se constitui num instrumento fundamental para o desenvolvimento do Estado do Paraná. “O Estado depende dela para usar o Porto de Paranaguá como destino das cargas do oeste e sudoeste do Paraná, do centro-oeste do Brasil, do Paraguai e do noroeste da Argentina”, explica. A partir do iminente incremento do transporte hidroviário na bacia Paraná-Tietê e de sua interligação com a hidrovia da bacia Paraná-Prata, analisa Samuel, outros destinos como Santos (SP) e Rosário (Argentina) poderão ganhar competitividade. “O Porto de Paranaguá, mais do que nunca precisará da ferrovia desde Guaíra e desde Foz do Iguaçu para manter seu protagonismo como maior porto graneleiro das Américas”, destaca. Ponte rodoferroviária – O presidente da Ferroeste aproveitou a ida até Brasília para dar continuidade ao diálogo iniciado na última semana, com o Ministério dos Transportes a respeito da segunda ponte ligando o Brasil ao Paraguai na região de Foz do Iguaçu. “Conversei com o secretário executivo do MT, Miguel Masella, o secretário nacional de Política de Transportes, José Augusto Valente e com o coordenador-geral de Projetos do DNIT, Hugo Sternick”, relatou. No Ministério do Planejamento, Samuel se encontrou com o coordenador-geral de Financiamentos, Eduardo Lampert. Segundo ele, o momento é ideal para atentar às conseqüências que a modalidade de concepção e realização da obra terá para a viabilização da integração continental por via ferroviária. “O modal ferroviário vai assegurar ao Paraná o acesso ao Pacífico e o escoamento da produção paraguaia e argentina por Paranaguá”, afirma. Para chegarmos ao Oceano Pacífico por ferrovia, partindo de Foz do Iguaçu, disse ainda Samuel, é necessário construir uma linha férrea até Resistência, na Argentina, distante 580 quilômetros de Foz do Iguaçu. “Depois de Resistência, há ligação ferroviária até os portos de Antofagasta e Mejillones del Sur, no Chile”, revela. Três pontes – Até o município argentino, serão necessárias três transposições fluviais – do rio Paraná entre Foz do Iguaçu e o Paraguai (Ciudad del Este ou Hernandárias), do rio Paraná entre Encarnación no Paraguai e Posadas na Argentina e do rio Paraná ou do rio Paraguai na região de Corrientes e Resistência, na Argentina. “O caminho ferroviário ao Pacífico exige, portanto, três pontes, a primeira das quais é a que se encontra em vias de ser construída entre Foz do Iguaçu e o Paraguai”. A segunda via na direção do Pacífico já está construída e é rodoferroviária, unindo Encarnación (Paraguai) e Posadas (Argentina), a 250 quilômetros da fronteira do Brasil, informa. Caso o governo federal atenda os anseios da Ferroeste, e incorpore o modal ferroviário ao projeto da segunda ponte, restará a ser edificada a terceira ponte em Corrientes e Resistência (Argentina). “Em qualquer circunstância, a construção de uma segunda ponte entre o Paraná e o Paraguai incluindo o modal ferroviário permitirá a cristalização de Paranaguá como destino preferencial da produção do Paraguai e do nordeste da Argentina”. Corredor Oeste – Em Brasília, o presidente da Ferroeste tratou ainda da questão do Corredor Oeste. “Avançamos na articulação com o Mato Grosso do Sul, em conversas com os deputados federais Vander Loubet (PT) e Dagoberto Nogueira (PDT), ambos ex-secretários do governador Zeca do PT”, informou. De acordo com Samuel, o Mato Grosso do Sul começa a compreender que a ferrovia é um projeto estratégico para o seu desenvolvimento. “Estamos dando volume político aos pleitos da Ferroeste perante o governo federal, pois passaremos a reivindicar em conjunto. Com isso ganha o Porto de Paranaguá, que é o destino da crescente produção do MS, ainda totalmente escoada por caminhões”, concluiu.

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