Duas famílias muito pobres estão entre as 38 que receberam as chaves da casa própria no município de Nova Aurora. Sonia da Silva e Lucinéia Araujo são casadas e moram de favor. Elas não têm recursos para pagar aluguel. Na casa construída pelo Governo do Paraná e Cohapar, estas famílias vão pagar uma prestação média de R$ 50,00 e quitarão a casa em seis anos, totalizando cerca de R$ 4 mil. O valor médio da nova casa, sem contar o terreno, é de R$ 18 mil.
“Aqui começa minha vida”, diz Sonia, 33 anos, empregada doméstica e analfabeta. Ela é casada há 12 anos com o servente de pedreiro Ivanildo da Silva Sobrinho, 34 anos, com quem tem quatro filhos. O barraco onde Sônia morava, que pertencia ao pai, estava com madeiras velhas e cheias de buracos, sem forro, instalação elétrica totalmente danificada e remendada. “Já fui muito humilhada aqui”, conta chorando, ao lembrar que muitas vezes a família quis que ela deixasse o lugar.
Lucinéia Maria de Araújo, 24 anos, trabalha de diarista e está casada há dez anos com Paulo César da Silva, 27 anos, também diarista de trabalhos variados. O casal tem dois filhos e vivem numa meia-água de 12 metros quadrados, de madeira, sem forro, abafada, que Paulo construiu no quintal da mãe. Sem mesa e cadeiras, na cozinha mal cabe uma pia e fogão. A cama do casal é dividida com o bebê de um ano de idade. O filho de sete anos dorme em um berço. No lugar não tem banheiro.
“Sinto como se estivesse indo para um palácio”, diz Paulo César, enquanto a mulher Lucinéia fala dos planos de ir comprando a mobília ao poucos. “Como aqui é muito pequeno, não havia espaço onde colocar móveis, mas na nova casa será diferente. Quero fazer um jardim e plantar uma árvore para fazer sombra. Parece que nosso casamento vai começar agora. Nossos filhos vão poder crescer numa casa de verdade”, diz Paulo César.