Famílias carentes de Mangueirinha e Pranchita recebem casas próprias construídas pelo Governo

Municípios são fortes nas produções de soja e milho, seguidas pelo trigo, feijão e fumo
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22/09/2010 - 10:10
Editoria
O presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Everaldo Moreno, entregou nesta terça-feira (21), dois empreendimentos nas cidades de Mangueirinha e Pranchita, no sudoeste do estado, no valor de R$ 1,5 milhão. Os conjuntos residenciais, com 28 e 40 unidades, atenderão famílias com renda de até dois salários, sendo que a prioridade é para as que recebem até um mínimo.
O município de Mangueirinha tem 17 mil habitantes, enquanto Pranchita conta com quase 6 mil, no meio urbano e rural. Ambas têm sua economia voltada à agropecuária. As produções de soja e milho são as culturas mais fortes, seguidas pelo trigo, feijão e fumo. Na pecuária destacam-se a bovinocultura e suínocultura de corte.
Durante a entrega das chaves aos novos moradores, o presidente da Cohapar ressaltou a parceria com o Governo Federal, o município e os órgãos estaduais, Copel e Sanepar como fundamental para que o programa habitacional no Paraná seja bem sucedido em todos os municípios. “O País vive um momento de crescimento da economia como há muito não se via. Mais de 30 milhões de brasileiros saíram da condição de miséria. Temos um governador determinado a investir em ações de cidadania, de resgate da dignidade e da inclusão social”, disse Moreno.
Segundo ele, só no município de Mangueirinha, foram investidos R$ 122 milhões em obras e ações que beneficiam as pessoas que mais precisam. “Em Pranchita foram mais de R$ 19 milhões em recursos aplicados na cidade. Isso representa o ciclo virtuoso do desenvolvimento. As obras e investimentos que são trazidos ao município geram empregos, aumentam a renda das famílias e melhoram a qualidade de vida das pessoas”, afirmou Moreno.
Para o prefeito Albari Guimorvan, de Mangueirinha, a moradia é sinônimo de segurança, de comodidade e independência para a família que vive de aluguel ou de favor. “Para nós, como administradores, um momento como esse é de muita felicidade porque estamos ajudando a melhorar a vida de muitas famílias que, a partir de agora, passam a agregar valores e podem investir mais na sua qualidade de vida”, disse Guimorvan.
O prefeito de Pranchita, Marcos Michelon, falou da importância da casa para as famílias que sairão da favela. “Promovemos a inclusão social de 160 pessoas que viviam em situação de miséria. A partir de agora, a vida dessas famílias tem uma nova perspectiva”, afirmou Michelon.
Os residenciais Mangueirinha e Sol Poente de Pranchita foram construídos pela Cohapar com recursos subsidiados pelo Governo Federal e Estadual, em parceria com os municípios que doaram as áreas e a infraestrutura. As famílias beneficiadas por esse sistema denominado caução, pagarão em média R$ 50,00 mensais em prestações, pelo período de seis anos.
As casas têm 40 metros quadrados, com dois quartos, sala, cozinha com pia, banheiro com chuveiro e louças sanitárias, área de serviço com tanque e uma pequena varanda. São em alvenaria, com forro e telhas de cerâmica, seguindo o padrão de qualidade construtivo da Cohapar.
De 2003 até hoje a Cohapar construiu 3.223 moradias em 198 empreendimentos em praticamente todas as cidades do sudoeste do estado, incluindo casas para indígenas, pequenos agricultores e zelador nas escolas. Foram 392 casas da modalidade de hipoteca e 1.205 pelo sistema subsidiado de caução. Ainda estão em obras 27 unidades de caução no município de Quedas do Iguaçu, Pato Branco com 46 moradias de hipoteca e São João tem outras 14 de hipoteca.
Vida digna – é assim que estão se sentindo as famílias que deixarão de viver na única favela da cidade de Prachita. No barraco de lona, onde moram Geizibel Rodrigues, 20 anos, o marido Ernesto Vieira Brizola, 21, junto com dois filhos, é o retrato de um lugar que todos querem esquecer. “Aqui não temos luz e a água é dividida com outras quatro famílias. Para usar o banheiro, dependemos da ajuda dos vizinhos, porque não temos aqui. As crianças vivem doentes. Por tudo isso, nem estou acreditando que vou viver numa casa de verdade, com um banheiro decente, quarto para as crianças e uma cozinha.”, afirma Geizibel.
Um pouco mais adiante vive a família de Maria Maristela Vieira Brizola, cunhada de Geizebel. No barraco, a pouca mobília está sendo empacotada para a mudança. Maristela vai para a nova casa com os quatro filhos (15, 13, 7 anos e um bebê de 11 meses), o marido Pedro Chicato, que trabalha como cortador de pedras na pedreira próxima da favela, e o avô Laureano Brizola de 110 anos.
“Quero esquecer a vida que tivemos até hoje. É como se nossa vida fosse começar agora. Eu e minha família vamos ter um lugar digno para morar, com segurança, conforto, higiene e saúde. Quero que nossos filhos tenham uma vida decente, para que nunca mais passem por isso. Sou muito grata ao governo, porque se não fosse por ele, nunca teríamos uma oportunidade como essa”, comemora Maristela.
Na cidade de Mangueirinha, a felicidade está no sorriso de Cristiane dos Santos, 29 anos. Separada há 12 anos, ela luta, trabalhando como doméstica, para criar os três filhos (13, 10 e 9 anos). Moram de favor num barraco de uma peça. “Agora vou ter a minha casa, parece um sonho. Às vezes, fecho os olhos e me imagino morando na casa nova. Ela é tão linda! Acho que o que mais vou gostar é ter um banheiro, porque aqui eu tenho que usar o da minha mãe. Quero trabalhar agora para ir comprando os móveis, fazer o quarto das crianças, ter uma sala bonita, fazer um jardim com flores. Agora eu vou ter um bom motivo para deixar a casa como sempre sonhei”.
As famílias que vão viver nas novas moradias possuem ajuda do Bolsa Família e estarão automaticamente incluídas nos programas da Tarifa Social, da Sanepar, e Luz Fraterna, da Copel. Aquelas que têm filhos pequenos, recebem o Leite das Crianças.

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