O pintor francês Paul Garfunkel (1900-1981), considerado um dos mais importantes artistas que viveram no Paraná, deixou cadernos de esboços que só eram conhecidos por alguns privilegiados. Porém, na próxima sexta-feira (11), eles serão exibidos pela primeira vez, a partir das 12h30, no Espaço Cultural BRDE - Palacete dos Leões, numa promoção da Aliança Francesa de Curitiba.
Essas raridades poderão ser conhecidas tanto no seu estado original como por meio de reproduções em tecido, técnica de última geração, que permitiu o aumento das imagens e resolução perfeita. Além do material inédito, poderão ser vistas aquarelas e pinturas pertencentes ao acervo da família Garfunkel/Rischbieter, guardiã da memória pictórica do artista.
CADERNOS – Quando a Aliança Francesa resolveu homenagear um dos seus patrícios mais talentosos, solicitou que a família do mestre desse o conceito da exposição. “A grande amizade que tenho com Luca, neto do pintor, não é de hoje. Foi em um de nossos encontros ocasionais que ele me mostrou alguns caderninhos contendo esboços feitos pelo avô, que estavam guardados sem nunca terem sido expostos”, relata Armando Merege.
“Pediu-me então que eu o auxiliasse na organização, seleção e digitalização das obras, para uma eventual e futura exposição deste material. Fiquei fascinado e emocionado ao me deparar com tamanha riqueza. Eram estudos, esboços de pessoas, animais e também paisagens, que o artista hábil e incessantemente registrava num incansável exercício do desenho”, complementa.
Karlos Rischibieter, genro de Garfunkel, também explica que o artista registrava tudo em cadernos, blocos, folhas soltas. “Pessoas, animais, casas, paisagens, tudo o que lhe aparecia à frente. E era um registro de ‘repórter’ no bom e original sentido da palavra. Com traços poucos e leves, uma espécie de sumiê ocidental, ele captava o seu assunto como se tivesse o poder de uma máquina fotográfica que, por uma capacidade extraordinária, só enxergava e reproduzia o essencial”.
GARFUNKEL – Paul Garfunkel nasceu em Fontaineblau, na França, em 1900, e aos 27 anos chegou ao Brasil, primeiro em São Paulo, depois em Curitiba, onde ficaria até a sua morte, aos 81 anos. Ele foi casado com Helena Garfunkel, cujo nome pertence à história da Aliança Francesa, por sua dinâmica adminstração. O casal teve dois filhos: Pierre e Franchete, já falecidos.
O artista viajou pelo Brasil afora, registrando todas as suas belezas em cores e traços vivos . Parte destes registros estão no álbum Novas Imagens do Brasil, realizado em 1958, em que aparecem impressões do Nordeste, das cidades histórias de Minas, e do Rio de janeiro. Além das paisagens curitibanas, Garfunkel aquarelou e pintou orquestras, circo, animais e alguns nus, sem esquecer cenas bucólicas de cidades francesas.
A crítica de arte Adalice Araújo, num texto escrito em 1974, assim se referiu ao artista: “O que mais nos emociona em sua vasta produção são os croquis e manchas rápidas, em que nos transmite a impressão primeira das coisas. Como os impressionistas, é sobretudo um artista de instantâneos, em cujos toques nervosos de grande vibração mágica, capta a crônica da vida cotidiana...”
Cadernos de Esboços - Paul Garfunkel
Espaço Cultural BRDE - Palacete dos Leões
Av. João Gualberto, 570
De 11 de julho a 1º de agosto
De segunda à sexta-feira , das 12h30 às 18h30
Aos sábados, das 13h às 17h