Cinco artistas. Cinco mentes que dão às suas gravuras um significado relacionado ao ser humano. Cinco estilos que na verdade se relacionam mostrando quantas formas existem para retratar as relações humanas. O Específico e a Aparência é a primeira exposição coletiva do ano no Espaço Cultural BRDE – Palacete dos Leões. A mostra começa na próxima quinta-feira (30). “Muito se fala hoje da crise da representação e do ‘para onde’ vai a Arte, mas estes trabalhos nos auxiliam a responder a isso e à outra questão fundamental: quantas maneiras há de representar o real (ou o irreal)?”, explicou o curador da exposição, Benedito Costa Neto. Quando José Roberto da Silva formou-se em Artes Plásticas pela Faculdade de Artes do Paraná (FAP), decidiu procurar um ateliê de gravura, pois já se interessava pela técnica desde a graduação. Foi até o Centro Cultural Solar do Barão e lá conheceu Andréia Las, que era a orientadora do curso de Gravura no Espaço. Começou então a fazer gravura em metal e está lá até hoje. Seu trabalho revela uma linha referente às relações humanas, o cotidiano ou uma sugestão sobre este assunto. “Os objetos e as pessoas estão de um tal modo arranjadas ou organizadas que acabam construindo circunstâncias”, ressaltou. Andréia Las, formada em Educação Artística pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), começou a dar aula no Solar do Barão em 1986 onde permanece como orientadora do curso de gravura. Com suas gravuras de relevo em preto e branco, sendo algumas coloridas, a artista imprime e exprime sutilmente as cores. Suas obras são geométricas abstratas. “Eu tento mostrar a beleza, a estética e o sutil com a energia que a obra carrega do fazer ao expor. Eu pretendo que as pessoas sintam algo pela imagem. No instante imediato do olhar não é possível entender a obra como um todo”, disse. Andréia tem diversos cursos e premiações em seu currículo. Participou também de várias exposições, dentre elas a Exposição Itinerante de Gravadores Paranaenses em 2005, na França. Também orientadora de cursos semestrais no Solar do Barão, Paula Monteiro é Bacharel em Gravura, formada pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo (FEBASP). Participou de diversas exposições, como Gráfica 10 (2001), na galeria Gravura Brasileira, em São Paulo e Stampe Originale (2001), na galeria Venti Correnti, em Milão. Representa em suas gravuras os sentimentos e as angústias humanas. “A imagem serve como reflexão para mim e para as pessoas que entram em contato com ela. Entrar na imagem e perceber o que ela toca em si, faz com que o indivíduo se conheça melhor, favorecendo seu crescimento”, detalhou. Manual de instruções, que demonstra a forma com que as pessoas devem se relacionar entre si, é o que as gravuras de Maikel da Maia, aluno do primeiro ano de Gravura da Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP), tenta mostrar em sua arte. Com o intuito de se comunicar pela gravura, o artista, diz que se relacionar com outra pessoa é uma grande responsabilidade. “Todas as imagens são formas de uma observação de como as pessoas se relacionam, como se para isso existisse um manual de instruções”. A quinta integrante da exposição é Julcimarley Totti, formada em Gravura pela EMBAP. A artista traduz em suas gravuras as lembranças do passado. São partes da memória que a artista tem da família, não são cópias de retratos e sim lembranças de imagens vividas. Temas relacionados ao comportamento e como as pessoas se comunicam, são formas de traduzir O Específico e a Aparência. “Deixar que o outro perceba a realidade através da simultaneidade do mundo e da memória é o que interessa mais. Buscar ‘uma espécie’ de interlocutor, digo ‘uma espécie’ porque acredito que um trabalho é mais que uma tentativa de comunicação, pois se fosse isso, seria reduzido em informação. O Específico e a Aparência traz um exercício do ato de ver, o mínimo suspiro do ato simples de enquadrar uma realidade visível a partir de um ponto de vista”, explicou José Roberto da Silva. SERVIÇO: O Específico e a Aparência Espaço Cultural BRDE - Palacete dos Leões Av. João Gualberto, 530 – Alto da Glória Abertura: 30 de julho, das 19h às 22h Exposição: de 31 de julho a 28 de agosto De segunda a sexta-feira, das 12:30 às 18:30 Informações: (41) 32198056