Cidadãos que foram presos por motivações políticas em dependências do Estado, durante a ditadura militar, aprovaram a iniciativa do governo do Paraná em indenizá-los. A cerimônia de entrega dos cheques foi feita, nesta terça-feira (05), no Palácio das Araucárias, em Curitiba. “Os dias de ditadura foram dolorosos e o governo não tinha critério ao agir. Hoje, temos que homenagear a administração do Paraná por ter lembrado de nós”, destacou Ary Bracarense Costa, que discursou na solenidade, também em nome dos demais ex-presos políticos.
“Com esse ato, o governo paranaense tenta resgatar a nossa cidadania”, afirmou Celestino Jacinto Gomes, 82 anos, que atualmente vive em Cianorte. Segundo ele, a motivação para ter sido preso duas vezes – uma em 1972 e outra em 1975 –, foi lutar por reformas de base junto aos apoiadores do então presidente João Goulart. “Perdi tudo apenas por causa da minha luta ideológica”, acrescentou.
Já Enéas Pereira Rodrigues, 78 anos, morador de Santa Isabel do Ivaí, foi detido durante um mês, em 1964. Ele era professor de história geral e do Brasil, fazia parte do PTB e seus inimigos o acusaram de dar aulas sobre socialismo, entre outros temas, o que o levou à prisão. “Este ato do governo é benemérito e justo”, definiu o ex-preso político.
Outro cidadão que recebeu o cheque de indenização foi Izídio Botelho, de 58 anos, de Londrina. Ele é filho de Firmino Botelho, falecido em 2003. Além de Izídio, participaram do recebimento do cheque a mãe e a irmã dele. “Para nós é um reconhecimento, já que fomos achincalhados na época da ditadura. A partir de hoje, quando alguém falar alguma coisa, vou dizer que antes o Estado achou que meu pai era um bandido e agora o considera uma pessoa de bem, que não estava errada no que fazia”, salientou.
Ex-presos políticos dizem que indenização resgata cidadania
Eles receberam os cheques referentes às reparações financeiras em solenidade realizada nesta terça-feira (05), no Palácio das Araucárias, em Curitiba
Publicação
05/05/2009 - 15:32
05/05/2009 - 15:32
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